Tecedor

 

 

roca e fuso

 

 

                                   Amor tecedor

                                   laboro com desvelo

                                   a desfiar fibra por fibra

                                   o novelo profuso da ternura.

 

                                   Amoroso obreiro

                                   teço a trama difusa

                                   pontuada de alegrias

                                   agonias e anseios.

 

                                   No fim da urdidura

                                   a tessitura inconsútil

                                   num canto jaz

                                   inútil

                                   pois que a ti

                                   (e também a mim)

                                   já não apraz.

 

                                   Tecedor do amor

                                   o amor tece a dor.

 

 

 

3 comentários

  1. André
    31/01/13 at 14:17

    Sou tecelão porque é muito bom
    Em meu tear teço tudo
    O amor, o prazer, o sonho, a fantasia
    A realidade, a amizade e a imaginação
     
    Gosto de tecer muito
    E faço isso um pouco por dia
    Mas ainda assim, contudo
    Eu gosto muito mais de tecer poesia.

  2. Brenno
    31/01/13 at 18:02

    Essa é “do meu tempo”, do nosso tempo, do tempo em que nos embatíamos para cumprir o desafio proposto pelo velho e admirado amigo Pinot (é isso?). Também oficinei o meu
    AMORTECEDOR
    Um caso sério,
    um caso de ternura, poesia…
    Um caso de fantasia, ilusão, sonho.
    Romântico.
    Antiquado.
    Romanticoantiquado.
    Confusão de gestos e culpas
    com fusão de palavras e atos,
    hiato que a razão não preenche:
    – o coração, sim.
    Mas o coração é instável, aventureiro
    e – poeta marginal –
    confunde às vezes o que apenas é terno
    com o que não pode ser definitivamente eterno.
    E com a total liberdade desvairada
    que só os loucos incuráveis possuem
    (os loucos tem uma liberdade tão total e transcendente
    que são livres até mesmo de si mesmos, mas não sentem)
    o coração ousa usar de sua enfeitiçada insensatez
    para se tornar magicamente criativo.
    E cria o amor… do nada.
    E o amor, incorrigível nascituro aprendiz de tecelão,
    começa a trabalhar lá no fundo do coração.
    E sobe… e desce.
    Padece, mas tece.
    Tece a dor.
    O amor tece a dor.
    Amortecedor.

  3. 31/01/13 at 20:45

    Duelo de titãs… Dois  poemaços merecedores de todos os abraços.
    Beijocas, poetas! 

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