NA BOCA
Manuel Bandeira
Sempre tristíssimas estas cantigas de carnaval
Paixão
Ciúme
Dor daquilo que não se pode dizer
Felizmente existe o álcool na vida
e nos três dias de carnaval éter de lança-perfume
Quem me dera ser como o rapaz desvairado!
O ano passado ele parava diante das mulheres bonitas
e gritava pedindo o esguicho de cloretilo:
― Na boca! Na boca!
Umas davam-lhe as costas com repugnância
outras porém faziam-lhe a vontade.
Ainda existem mulheres bastante puras para fazer vontade aos viciados
Dorinha meu amor…
Se ela fosse bastante pura eu iria agora gritar-lhe como o outro: ― Na boca! Na boca!
Gama, vou postar um trecho de um dos poemas mais famosos de Bandeira, Vou-me Embora pra Pasárgada:
“Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada”
E este:
“Estrela da vida inteira
Da vida que poderia ter sido e não foi
Poesia, minha vida verdadeira”.
Abraçaço.
bandeira é um manual..ou será manuel?. o que sei é que a poesia do nosso Bandeira é tudo!!!!!!