Paris imortal

 

 

Não me lembra agora se li em algum lugar ou se me contaram, sei que me ficou na cabeça a ideia.

O pai de Gwyneth Paltrow levou-a ainda adolescente para lhe apresentar Paris, dizendo: “Queria que o primeiro homem que te levasse a Paris fosse alguém que nunca te decepcionasse”.

Carolina e Isabella conheceram Paris sem mim. E não se decepcionaram, felizmente.

Júlia veio comigo pela primeira vez. Espero que não a decepcione nunca, para que Paris lhe seja sempre uma festa, como tem sido nestes dias.

Manuela, aos três, também veio pela primeira vez.

Não veio apenas com Babu, mas veio também com Babu, que pela primeira vez vê Paris encantando-se pelos olhos dela.

De alumbramento em alumbramento, nenhum vão momento.

Como destacar apenas um?

Talvez pela minha fixação pelas palavras, escolho a descoberta de outras línguas, que não a dela.

Veio preparada para dizer as duas palavrinhas mágicas em Paris, “bonjour” e “merci”, mas num parquinho se encontra, e confronta, com outras crianças, que falam francês, inglês, japonês e alemão.

Desperta para tantas outros idiomas, mas não se aperta.

Inventa o próprio o idioma, cheio de sonoridades.

A palavra mais repetida, e divertida, desse javanês manuelino é “záyom”, que serve como uma espécie de argumento de autoridade ou comando definitivo.

A menininha lhe diz em inglês, “jump” ou “no” e ela retruca com um inquestionável e fulminante “záyom”!

Na Pont des Arts, ela ficou maravilhada com os cadeados encadeados para que as pessoas que se amam nunca se separem.

Todos colocamos um, e é ela quem joga as chaves de cada um nas águas do Sena.

Depois, sorridente, me diz: “Babu, agora mamãe, papai, você, todo mundo nunca mais vai morrer”.

Como não morrer?

 

foto

 

Manu

 

 

7 comentários

  1. paulinho lima
    03/10/13 at 0:19

    gama
    cheio de encantamento com a sua fala e me somo as fotos. Delicia Já estive em Paris, umas 4 vezes. Mas li muito e um dos livros sobre a cidade e a sua biografia  escrita por Colins jones. me encanta. Uma bela história de vida.
    na introdução cita Edmondo De Amicis (1878); “Nunca vemos Paris pela primeira vez; sempre vemos de novo…”
    Acho essa frase definidora da cidade.
    E complemento: seu comentário/texto me faz ter a certeza nunca fui a Paris….com netos deve ser tudo. Sem ser dica, não as gosto, mas leve a galera na Place de Voges e corra atrás das pombinhas e diga-lhes que Paulinho, um dia volta.
    continue tendo uma bela estada… Paris te merece.
     

  2. 03/10/13 at 6:32

    Lembrei-me de Zazie dans le métro

  3. 03/10/13 at 10:57

    Os cadeados não são dourados, gente! É o reflexo dos cabelos da Manu!
    Ela muda as estações: faz primavera em Paris.
     
    Bom sabê-los felizes, Antonio.
     
    Záyom! (e todas as traduções possíveis)

  4. 03/10/13 at 16:20

    Papilly, sem você nada disso existiria… nem nós, nem Paris. Nem nós em Paris. Ti doro e obrigada por mais uma experiência inesquecível juntos! Lindo post! 

  5. Júlia Gama
    03/10/13 at 17:30

    Papi, está sendo uma viagem inesquecível! Obrigada por tornar mais um sonho realidade. Essa e outras histórias ficaram na memória. Te amo! Beijos

  6. Carol
    03/10/13 at 19:07

    O q dizer de um avô q é pai, mãe e Babu?! Te amo!!!

  7. André
    03/10/13 at 20:04

    Oi Gama, que saudade de comentar aqui no seu blog!
    Espero que você esteja aproveitando sua viagem e desfrutando dos encantos que a Cidade Luz oferece.
    Essa viagem certamente será inesquecível para você e toda sua família. Parabéns, Babu.
    Volta logo!
    Abraçaço.

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