Posts from novembro, 2009

Descobrindo Fernanda Young

                

       

                        Durante algum tempo Fernanda Young me irritava. Especialmente quando participava do Saia Justa, exibido pelo canal a cabo GNT, programa em que um grupo de mulheres — algumas inteligentes, outras, nem tanto — se reúnem e parece que combinam só dizer asneiras ou abobrinhas, a começar da apresentadora ou mediadora, Mônica Waldvogel.

                        Talvez por isso mesmo as mais inteligentes e interessantes aguentam pouco e logo caem fora, como aconteceu com a própria Fernanda Young e Ana Carolina.

                        De Fernanda Young tinha lido O Efeito Urano, que achei apenas razoável, e a sua figura pública ou televisa, as coisas que falava, me pareciam falsas, artificiais, preparadas para causar estranheza ou polemizar.

                        A partir do programa que ela passou a comandar no mesmo canal, Irritando Fernanda Young, a que assisto apenas uma vez ou outra, comecei a mudar de ideia. Ela realmente é diferente, tem luz própria e o que dizer, concorde-se ou não.

                        Como mulher, ela nunca fez o meu tipo. Tem um rosto bonito e expressivo, mas para o meu gosto é muito magra, além de me causar certa repulsa o excesso de tatuagens que ostenta. O que se há de fazer? Sou um amante à moda antiga, que aprecia as mulheres de formas generosas e de pele imaculada, conquanto reconheça que uma pequena tatuagem, em local estratégico, possa ser estimulante.

                        Quando soube que Fernanda Young ia pousar nua para a Playboy, não estranhei, mas não tinha a mínima intenção de comprar a revista.

                        Mas eis que ela, demonstrando a sua inteligência e sagacidade, desafia os homens a fazer com que a edição em que aparece nua venda mais do que as edições com as peladonas do Big Brother!

                        Adorei a sacada e a provocação, e no último domingo comprei a revista, o que não fazia há muito tempo.

                        Lá estava ela na capa, vestida de coelhinha da Playboy, o que já é uma clara gozação.

                        O ensaio fotográfico é de muito bom gosto, e ela está bonita e sensual, embora fisicamente continue a não ser o meu tipo.

                        Dois detalhes me chamaram a atenção. Ela conserva os pelos pubianos em quantidade razoável e no formato natural, sem apelar para aqueles ridículos cortes à bigodinho hitleriano ou chapliniano.

                        O outro é que em várias fotos ela está amarrada ou submissa (dentro de uma gaiola). É bem provável que não passe de mais uma ironia, mas também pode representar um desejo oculto da mulher inteligente, de personalidade forte, que pensa e fala o que pensa, coisas que costumam assustar a maioria dos homens.

                        Fiz minha parte. Se depender de mim, ela ganha longe das gostosonas burras do Big Brother e quejandas.

 

P.S.                 Podem me chamar de fingido, mas a revista traz ainda ótimas matérias com Alex Atala e Antonio Fagundes, além de um bom conto de Nelson Motta.

                        A propósito, ainda, comprei um livro escrito pelo atual editor da Playboy, Edson Aran, intitulado Delacroix escapa das chamas, que me atraiu pelo título e ao folheá-lo, do qual li apenas alguns trechos, mas me pareceu bem interessante. A confirmar.