Ruy de Castro, que sempre foi um craque e a cada dia escreve com mais sabor, lembrou na edição de terça-feira, dia 26, da Folha de S. Paulo (Caderno Ilustrada), a primeira vez em que Frank Sinatra se apresentou no Brasil, há trinta anos, num impressionante show no Maracanã, para 175 mil pessoas.
Relata a enorme (e santa) maluquice que foi a promoção do espetáculo, enfrentando limitações técnicas, estrutura precária, a exigência de Sinatra de um som perfeito, falta de tempo e até mesmo uma chuva que só permitiu a confirmação do show sete minutos antes do seu início.
Até então corriam diversas lendas acerca dos motivos pelos quais Sinatra nunca viera ao Brasil, a mais conhecida delas a de que uma vidente havia previsto que ele morreria se e quando aqui se apresentasse. Além de não se confirmar a profecia, no ano seguinte Sinatra voltou para algumas apresentações exclusivíssimas, para um pequeno e seleto público no teatro do Maksoud Plaza, então o hotel mais sofisticado de São Paulo, conforme conta no mesmo caderno a matéria do jornalista Thiago Ney.
Assisti ao show do Maracanã pela televisão. Frank Sinatra, que talvez tenha sido o maior cantor de todos os tempos, estava em plena forma aos 64 anos, e, fazendo jus à sua fama de durão, lembra-me que, mesmo enquanto cantava uma das músicas, deu um safanão no chatérrimo “Beijoqueiro”, que conseguiu invadir o palco para fazer o mesmo de sempre, que lhe rendera o cognome e os quinze minutos de fama.
Na sua coluna da edição de hoje, 27 (pág. A2), Ruy Castro discorre sobre as inúmeras pegadinhas diárias que nos tentam pespegar pela internet. Muita gente boa não resiste e acaba por cair em algumas dessas esparrelas, que nos ameaçam com protestos de dívidas, negativação do nome, enviam comprovantes de pagamentos ou orçamentos que não fizemos nem pedimos, requisitam recadastramento em bancos de que nunca fomos correntistas, prometem-nos brindes e presentes especiais. Uma das mais frequentes e divertidas é o e-mail enviado pelas diversas amantes que sequer suspeitávamos ter, enviando-nos fotos da nossa extraordinária perfomance no último encontro no motel e pedindo que as apaguemos em seguida, para não nos comprometer.
Já me aproveitei disso para escrever alguns posts aqui, como o recente As teias do Aranha, e lá atrás O grande milongueiro (28/5/2009) e Como se tornar líder (14/5/2009).
A exemplo de Ruy, às vezes quase sucumbo à curiosidade, “Mas sou alertado pelo uso rude da língua portuguesa nas ditas mensagens. Os piratas do ciberespaço não conseguem disfarçar o seu semianalfabetismo crônico”, que, de resto, e lamentavelmente, grassa para muito além da internet.
Sinatra… ele fez mesmo isto? Deu um safanão naquele chato que insistia em incomodar toda e qualquer celebridade? Imagina, o senhor, Doutor Gama, trabalhando, e de repente chega um louco qualquer e lhe tasca um beijo? – Já pensou??? rsrs Sinatra reagiu bem, embora deva ter achado estranhíssimo… e olha que ele tinha milhas e milhas de palco!
Se fosse um Elvis, que até se oferecia para beijar as fãs em seus shows, ainda daria para entender. Mas o Sinatra, realmente, não merecia tal “ataque”.
Quanto aos muitos e-mails que recebemos quase diariamente com pegadinhas, são bem irritantes mesmo. Quando vem de estranhos, ainda dá pra “entender”. Mas fico especialmente injuriada quando vem de um dos meus contatos. O mais frequente que recebo, diz algo assim: “isto é mentira, não é?” – Que seja! Deleto na hora, sem a mínima curiosidade, embora não consiga conter a irritação…