O casamento

           

  

            O que faz um casamento?

            Em primeiro lugar, um casal, é claro, cujos integrantes podem ser de sexos diferentes ou não.

            E o que mais?

            Um padre, pastor, rabino, imãm, pai de santo, juiz de paz?

            Igreja, templo, sinagoga, mesquita, terreiro ou cartório?

            A vontade dos pais? Padrinhos endinheirados? Convidados ilustres?

            Uma boa casa para morar? (Quem casa, quer casa!)

            Filhos? (“Melhor não tê-los”, dizia o poetinha, “mas se não temos, como sabê-lo?”)

            Amor? (Ah, o amor! Como é fácil tomar seu santo nome em vão!)

            Para ser franco, embora casado há mais de 30 anos, não sei.

            Saberá alguém?

           Sei, porém, que sábado passado participei de um emocionante casamento destes tempos presentes.

            Não havia sacerdote, padrinhos, pompa ou circunstância.

            Apenas dois lindos jovens enamorados (no caso, homem e mulher), que firmaram sua aliança, cercados de amigos queridos e de transbordante carinho.

            Foi numa república de estudantes, onde o noivo já morou e se realiza mensalmente um evento de música e alegria, denominado por seus criadores e participantes com muita propriedade de patuscada.

            A começar pelo nome da festa, nada foi comum no casamento. A noiva entrou primeiro pela garagem (local da patuscada) e se postou à frente do amigo que seria o celebrante.

            Cadê o noivo? Lá vem ele de violão em punho, entoando uma canção para a amada, que os demais acompanharam em coro.

            Aí, o celebrante falou, a melhor amiga da noiva falou, a mãe do noivo falou, os noivos falaram sobre seu encontro, quase crianças, na pequena cidade do interior, o namorico, a separação, o reencontro muitos anos depois.

            Em vez de anéis, trocaram um gole de Campari, com seu ardente rubor.

           Depois, foi só patuscada, com o noivo, o irmão e alguns amigos mandando ver no palco improvisado, bebidas e petiscos correndo à solta.

            Será preciso mais?

            Então eu conto do brilho que vi o tempo todo nos olhos da Leu e do Gui.

            Para mim esse brilho vai durar. Se não for para sempre, que seja infinito, enquanto dure.

 

 

5 comentários

  1. Esse brilho nos olhos é o que vale, meu bom amigo Antonio Carlos Augusto, com bons amigos e boa festa, o amor perdurará, certamente, e serão felizes, que não seja infinito, mas seja intenso, pleno, ardente, sensual…

    forte abraço do leitor,

    c@urosa

  2. Valeuska
    14/06/11 at 10:30

    Antonio Carlos, que linda homenagem! Fico feliz em saber que, mesmo quem não nos conhecia até então, foi contagiado pela energia e brilho que buscamos manter diariamente. Muito obrigada pelas palavras! Um beijo, Leu

  3. 14/06/11 at 12:39

    Grande Antonio Carlos, querido pai da coração Bellzita, Vovô da Manuela. Ficamos muito felizes com sua presença carinhosa lá e emocionadíssimos por emprestar seu talento pra descrever suas impressões do que foi aquilo sábado. Pra gente, foi gostoso demais ter tanta gente querida, como o senhor, por perto e na mesma vibração. Agora é fazer valer o campari de cada dia. Obrigado por tudo. Gui

    • 14/06/11 at 20:11

      Gui, perdoo o “senhor”, mas só hoje. E quem agradece sou eu, a vocês dois pela partilha amorosa. Sejam felizes.

  4. Tha-thá
    15/06/11 at 13:14

    Simplesmente perfeita essa descrição do super ‘mestre de cerimônias’ que comandou um pedacinho da festa maravilhosa, com pessoas maravilhosas. Afinal, não poderia ser diferente em se tratando da Leu e do Gui, um casal feliz que lutou junto e conseguiu superar muitas coisas pra enfim se reencontrar e caminhar lado a lado para sempre. Parabéns e tudo de melhor!!!! #contodefadas

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