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Que seria da civilização ocidental sem a Grécia?
Nossa maneira de conceber o mundo provém da antiga Grécia, desde sua extraordinária mitologia até a posterior passagem para o pensamento racional e filosófico. Sem uma não haveria o outro, pelo menos da forma como se desenvolveu: os “filósofos não precisaram inventar um sistema de explicação do mundo: acharam-no pronto”, assinala Jean-Pierre Vernant.
Que seria da literatura sem Homero, ou os autores que se fundiram na figura de Homero?
Assim como se diz que todas as correntes filosóficas que sobrevieram limitam-se no fundo a afirmar ou negar Platão, toda a literatura está em Homero. Shakespeare, Dante, Cervantes, Camões e até mesmo Joyce não existiriam sem Homero.
Que seria da política sem a experiência da polis grega?
Nela se entranham a democracia e os seus princípios muito tempo depois enfeixados pelo magnífico grupo que ficou conhecido como os pais e fundadores daquele que é hoje o Estado mais poderoso do mundo (até quando?).
Antes disso, o não menos poderoso Império Romano e seus grandes nomes também se abeberam na civilização helênica.
Que seria da matemática e das ciências, sem Pitágoras e Aristóteles?
Que seria da ética sem Sócrates?
Que seria da medicina sem Hipócrates e Galeno?
Que seria do teatro, sem Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, Aristófanes?
Pois é essa Grécia, ou o que restou dela, que é vista agora pelas atuais pitonisas, chamadas Bolsas de Valores, como um incômodo e uma ameaça para o Sistema Financeiro e a Economia de Mercado, esses novos deuses da mitologia contemporânea.
Tipinhos sem nenhuma envergadura — diante dos vultos gregos acima lembrados — como Sarkozy, Angela Merkel, Berlusconi “bunga bunga”, tecnocratas do Banco Central Europeu e do FMI arvoram-se de tutores da Grécia, passam-lhe reprimendas e ameaçam cortar-lhe as rendas, caso não lhes siga o fino figurino.
Pelos meus valores, bem diversos daqueles das Bolsas de Valores, é um dever de gratidão, uma imposição da consciência que a Grécia seja salva.
Salve a Grécia!
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Meu bom Antonio Carlos Augusto, vale lembrar ainda dos esportes, o que seria deles sem os jogos gregos. Infelizmente, os capitalistas são terríveis, Lamentável!
um forte abraço do leitor amigo,
c@urosa