Na farmácia, compro leite em pó, fraldas, mamadeira, chupeta, creme para proteger de assaduras, xampu e sabão que não ardem nos olhos, lavanda baby (que uso escondido depois de fazer a barba), para reabastecer o arsenal da Manuela quando fica em casa.
Compro também colírio umidificador, um antialérgico e soro fisiológico para o nariz, na tentativa de diminuir os desconfortos da minha rinite sazonal, que me azucrina todos os anos nesta época de secura.
Nada comprometedor. Nada que um zeloso e respeitável pai de família não compraria.
Ao pagar a conta, a moça do caixa me atende com simpatia e, ao pôr os produtos numa sacola, oferece e coloca junto um jornalzinho, que aceito para retribuir a delicadeza, sem prestar maior atenção.
Ao chegar em casa e desfazer a sacola é que vejo do que se trata o folheto: “Jornal da Terceira Idade”, com conselhos e informações para uma velhice saudável, prazerosa e feliz.
Mas existe isso?
E como a mocinha da farmácia adivinhou?