Teu corpo é a minha cidade,
nas tuas ruas e avenidas
minha vida transita aflita
ao pulsar do sangue nas artérias.
No calor e na lassidão da tarde
passeio-me aturdido e expectante
pelas tuas alamedas e vielas
espiando-te as janelas entreabertas.
Sensações e ânsias incertas
crescem-me em desmedida
à medida de tua irradiante luz,
mas no súbito obscuro me vejo
a descer a ladeira que conduz
ao beco sem saída do desejo.