Manuela passou o sábado em casa.
Pela manhã a levamos para nadar e brincar na Recreativa, onde eu não ia há uns bons 5 anos!
A tempestade do fim de tarde, com seus relâmpagos e trovões, assustou-a e ela, que é sempre tão destemida, quis se abrigar no meu colo.
Recordei-me, então, de que quando pequenino também tive medo de trovões, até que um dia na casa de meus avós (lembra-me a história, mas não quem a contou) me disseram que era apenas São Pedro arrastando os móveis no céu, por causa da chuva.
Repeti-lhe a história, e até mesmo arrastei uma cadeira, levantei-a e a bati no chão para imitar o barulho.
Ela pulou do colo e passou a me acompanhar.
Na trovoada seguinte levantou o dedinho e me disse, sem nenhum medo:
— Cuta, São Pedo!