“— Vamos por partes — disse ela [Emília].
— Antes de mais nada, quero que o senhor doutor me prove que ali o Senhor Müller é mesmo o dono deste rinoceronte. Exijo provas, sabe? Eu não uso anel de advogado no dedo, mas acho que em direito o que vale são as provas.
Foi a vez de o advogado abrir a boca, de espanto.
A tal bonequinha sabia discutir como um perfeito rábula.”
(Monteiro Lobato, Caçadas de Pedrinho, livro sub judice no STF)
“Estudei a legislação do país e arranjei clientela neste bairro, onde não se exigem diplomas. Não foi fácil, mas eu inspiro confiança, não acha? Tenho um riso agradável e franco, o meu aperto de mão é enérgico: são os meus trunfos. E, além disso, resolvi alguns casos difíceis: a princípio, por interesse e, depois, por convicção. Se os proxenetas e os ladrões fossem sempre condenados em toda a parte, as pessoas de bem, meu caro senhor, julgar-se-iam todas e incessantemente inocentes. E, no meu entender, e pronto, pronto, já chego lá — é sobretudo isso que é preciso evitar. De outra forma, haveria muita razão para rir.”
(Albert Camus, A Queda)
Consta que os colegas mensaleiros de Márcio Thomaz Bastos a ele se referem como “God”.
Haja subserviência!
Os ingleses, ao contrário dos norte-americanos, referem-se a Deus como “Lord” e não como “God”, que lido ao contrário é “Dog”, um dos designativos do demônio.
Talvez, então, o lema dos colegas mensaleiros de Thomaz Bastos seja o mesmo que engalana as cédulas e moedas do dólar americano: “In God We Trust”…
Ao ver seu anjo decadente e cliente condenado por gestão fraudulenta do Banco Rural, “God” clamou contra um “retrocesso na área penal”, pelo fato de o STF estar “flexibilizando perigosamente certas garantias”, e chegou até mesmo a invocar o AI-5 e o comentário do então vice-presidente, Pedro Aleixo, contrário à edição do ato, de que não se preocupava com a concentração de poderes nas mãos do ditador Costa e Silva, mas com o que faria o “guarda de esquina” depois da supressão dos direitos individuais.
Oh my God!
O “Senhor” não devia ser advogado numa causa que trata de fatos ocorridos nos tempos em que o “Senhor” tinha descido à Terra na condição de simples mortal e Ministro da Justiça. A propósito, onde estava o “Senhor” nos tempos da ditadura?
Diante de um deus assim, graças a Deus sou ateu.
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Também não creio nesse God, e invoco, desde já, o meu direito em relação a isto…
Gama, Lobato, Camus e “os the Friends” all together para descerem o sarrafo em MTB não tem preço…
Beijocas!