“Fado dos Barcos”, Pierre Aderne e Cuca Roseta
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Fado dos Barcos (Pierre Aderne)
A tarde a cair
Os barcos a passar
E as velas desses barcos
Iluminam as noites deste mar
Há barcos que navegam
E se encantam noutro mar
Há barcos que balançam com saudade, saudade de voltar
Eu ouço o canto do mar
De lá que vem, do barco de alguém
Do mar de quem procura também como eu
Uma ilha e seu mar
Eu canto pros meus barcos com o mar no coração
Os barcos a sumir os acomodo na minha mão
Se um dia um desses barcos ancorar na minha aldeia
O convido a navegar
Pelos mares, os mares das minhas veias
… por oportuno (sempre a mesma desculpa):
Beijo o mesmo mar que te lambe agora
Abraço o mesmo sol que te acaricia a pele
Sinto o teu perfume no mesmo vento que te arrepia nesse instante
Aspiro o mesmo ar de maresia que expiras nesse momento
Me aconchego no mesmo coração que te envolve agora
Estremeço do mesmo amor que agora te estremece
Sinto na língua o sabor agridoce da mesma saudade que tu sentes agora
(Mesmo que eu mande mensagens
em garrafas de náufrago
de todas as ilhas desertas
que eu aportar
não conseguirei esvaziar
meu coração da agitada saudade
que dele transborda
do secreto amor
que dele aflora
da suave ternura
nele impregnada)
Pô, Brenno, por oportuno me mande seus poemas como esses pra publicar no blog com destaque, não apenas no seu comentário!
Aliás, vou publicá-lo.
Um inspiradíssimo Brenno.
Abraçaço.
maravilha.. do meu canto grito: Que bom ter passado aqui e conhecer um fado que não tinha nunca ouvido…repito maravilha….
Antonio, qualquer dia conto sobre o momento em que ouvi essa música pela primeira vez.
Por que será que copiei e arquivei a foto que ilustra? Amei!