TIGRE
“O outro tigre, o que não está no verso” (Jorge Luis Borges)
Tua presença subterrânea
assanha
fogo-fátuo que queima
estranho.
Tua ausência estranha
entranha
chama subterrânea que afora
arranha.
Em ardente desordem
a vida se derrama adentro.
Triste tigre, tigre triste:
Três pratos de trigo para três tigres tristes.
(olha o fenômeno da aliteração aí: a sonoridade do encontro consonantal TR que está rondando nossos ouvidos…)
O tigre borginiano. A porta para a transcendência.
“em ardente desordem/a vida se derrama adentro.
Belíssimo poema Adalberto. Grande abraço.
Tanto na presença como na ausência, a coisa arranha, ataca, perturba.
Belo poema Gama. Parabéns.
Conheço quase todos os seus poemas, Antonio. Volta e meia percorro os caminhos que a nuvem de palavras ao lado me oferece.
“Tigre” é insuperável.
Até o próximo, claro.
Beijocas!