ALGUM DIA
Um dia
talvez do amor saibamos.
Não a paixão do amor,
que só ama a própria chama,
não a ilusão do amor,
esperança que se engana,
mas o amor outra cosmogonia
que tudo engloba e o universo transmuda.
O amor benfazejo cativeiro
daquele que não cabe só em si
e só no outro vive inteiro.
O amor outro idioma e outra grafia,
que precisamos aprender
desde as primeiras letras
para só então traduzi-lo.
O amor antropofagia,
que no outro se devora,
moléculas e espíritos se fundem
e confundem no vasto cosmo
em que um sol ou uma estrela serão
um dia.
“Eu sei que vou te amar” (Vinicius de Moraes / Tom Jobim), com Maria Creuza, Vinicius e Toquinho