Luminosa Paris

 

 

Paris é sempre uma festa, mas às vezes exagera.

Tem gente demais, alegria demais, sol demais, nesta época do ano.

Viemos mesmo assim, para aproveitar as férias escolares de Manuela, que se tornou o centro do nosso pequeno universo familiar.

Por ela, que começa a entender e se interessar por tudo, também somos obrigados a repetir aqueles passeios e lugares clássicos, mesmo sabendo que vão estar superlotados de turistas, com suas máquinas fotográficas e celulares voadores. Nunca conseguirei entender tanta ânsia de fotografar quadros, esculturas e paisagens de cartão postal, que ficam muitos melhores em cartão postal…

Tiramos a primeira semana para cumprir a via sacra turística e ficarmos livres e soltos depois. Ontem foi o dia de Versailles, que estava um verdadeiro inferno de Dante. Antes, Carolina havia mostrado a Manu alguns trechos do filme de Sofia Coppola e lhe contado sobre Maria Antonieta. Quando ficou sabendo dos gastos exorbitantes da rainha enquanto o povo passava fome, retrucou indignada: “Mamãe, quer dizer então que ela roubava o povo!”. Falei-lhe também sobre o “Rei Sol” e ela ficou interessadíssima.

Demos uma geral pelo palácio, fomos para os jardins e lá passamos o resto do dia, com direito a piquenique e passeio de barco, rema, rema, remador Babu. (Como não lembrar de Kim Novak e Willian Holden naquele eterno “Picnic”?)

 

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A noite só começa por volta das 22 horas, e os longos entardeceres têm sido outra festa infinda à beira do Sena, especialmente para Bell e para mim. Impossível também não lembrar da canção:

 

“Estes festejos, esta emoção

Luminosa manhã

Tanto azul, tanta luz

É demais pro meu coração.”

 

 

“Canção da manhã feliz” (Haroldo Barbosa / Luiz Reis), com Nana Caymmi e Miltinho

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=x39_KZAzqHE[/youtube]

 

 

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=_DBoMIi8bYc[/youtube]

 

 

 

3 comentários

  1. Schleiden Nunes Pimenta
    25/07/14 at 8:42

    “Mamãe, quer dizer então que ela roubava o povo!”.

    Ah, não sei se Manu se inspirou na Prosa, se a Prosa se inspirou na Manu ou se esse prosear é típico de quem tem um avô Babu, famoso por ser aquele que conta a passagem do Tempo.

  2. paulinho lima
    25/07/14 at 10:09

    Belo comentário da/o Schleinden. O texto do Gama: um acalanto.
    não dou dica, não é o meu barato. conselho, às vezes. Levar Babu para brincar na Place de Voge, uma obrigação e de dar inveja. Não teria competência para viajar com meus adoráveis netos. Toda a vez que ‘pinto” na Place fico vendo, olhando às crianças e sonhando; só penso neles…e no poetar..

  3. André
    26/07/14 at 15:22

    Essa relação que o meu querido mestre Gama tem com a Manu traduz o verdadeiro significado da palavra amor.

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