“Toda a infelicidade do homem decorre de uma só coisa: ser incapaz de ficar sossegado no seu quarto.”
(Pascal, Pensées)
Andas por todas as ruas e cidades
veredas e estradas que levam a nada.
Pegas o bonde lotado sem saber o itinerário
nem onde e quando saltarás do estribo.
Corres pela plataforma vazia para não perder
o trem e seguir além da última estação.
Se a pressa é muita, tomas o avião, pagando em prestação.
Lança-te ao mar para alcançar o barco que vai ao largo,
subir clandestino à bordo, e depois de posto a ferros,
talvez te tornar grumete, marujo e imediato do capitão.
Ao fim e ao cabo, chegas morto e só ao último porto.
Lindo, lindo e lindo! Como sempre!
Pelo menos existe um “último porto”… rsrs
Neste final de semana assisti àquele filme Crepúsculo (ruinzinho…) Para os vampiros (é uma estória de vampiros, para adolescentes) a “vida eterna”, se prolongando por séculos e séculos na mesma pessoa, é considerada uma “maldição”, um castigo e eles dizem isto abertamente às suas “vítimas”.
Mas, é claro, a mocinha sempre quer ficar com o mocinho, embora vampiro… rsrs
Então, talvez seja uma grande sorte nossa que esta jornada tenha fim, porque, senão, poderia ser um tédio infindável. Sabendo que haverá um fim, a gente suporta melhor (ou não???) Tudo isto deve tornar o caminho mais atrativo, e talvez por isto gostemos tanto da vida. Porque dela não temos controle, não sabendo quando começa e nem quando termina. Há que se viver, inclusive, e principalmente, além do quarto de Pascal.
Lindo poema!