Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores de cinema de todos os tempos, na minha modesta opinião, fez o lançamento de seu novo filme, Tetro, na Quinzena dos Realizadores, amostra paralela do festival de Cannes, e foi aplaudido de pé ao final da exibição.
Quem fez a trilogia de O Poderoso Chefão e ainda Apocalypse Now nada mais precisaria realizar, mas depois do estouro do orçamento deste último Coppola ficou endividado e para pagar os credores teve de filmar o que os estúdios lhe encaminhavam. Mesmo assim, sempre foi capaz de deixar sua marca de mestre em todos os filmes.
Tetro é um filme independente, que o próprio Copolla vai se encarregar de distribuir, rodado na Argentina, contando a saga de uma família, os Tetrocini.
Depois de romper com o pai autoritário e cortar os laços familiares, o primogênito Angelo Tetrocini (interpretado por Vincent Gallo), que sonha ser escritor, vai viver em Buenos Aires, na região de La Boca, e muda o seu sobrenome para Tetro. O caçula da família, Benjamin (o estreante Alden Ehrenreich, que dizem ser a cara do Leonardo DiCaprio, vide foto abaixo), vai a Buenos Aires em busca do irmão e de desvendar os segredos sobre a vida do pai e a morte da mãe, os quais pouco a pouco vão sendo revelados ao longo do filme, que é em preto-e-branco, com raras cenas coloridas, quando os personagens lembram do passado.
Indagado sobre possíveis semelhanças entre a família do filme e a sua própria (o pai e o tio de Coppola eram músicos, como em Tetro), o cineasta declarou que “Nada na história realmente aconteceu. Mas tudo é verdade”, o que define de modo esplêndido a boa ficção.
Coppola vive parte do ano na Argentina, onde mantém uma vinícola, daí ter optado por filmar lá, uma vez que procurava um país em que a cotação do dólar fosse atrativa, mas que também tivesse uma rica tradição cultural.
Um sinal de boa sorte para o filme (não bastasse o talento do diretor) é o fato de que o canastrão Javier Bardem havia se oferecido para atuar, fazendo o papel de um crítico de teatro, mas desistiu depois de ser premiado com o Oscar, o que levou Coppola a transformar a personagem em feminina e entregá-la à competente atriz Carmem Maura.
Assista ao trailer de Tetro aqui.
Coppola e parte do elenco
Alden Ehrenreich
Nossa! Trocar Javier Bardem por Carmem Maura??? Só Coppola mesmo…
Procurarei o filme, que deve ser um show!
E muitíssimo obrigada pela maravilhosa indicação!
Não deixarei de assistir…
Bom domingo, Professor!