A Velha Casa

 

 

Com as partes ideais

do meu quinhão,

reconstruo a velha casa

da minha infância.

 

Todas as casas

estão nela,

com seus cheiros,

suas marcas,

varandas, janelas,

a sala de visitas

sempre fechada

com o piano ao canto

e cada coisa em seu lugar.

 

A remota casa

que se edifica

em lento construir,

pouco a pouco se arremata

com todos os moradores,

suas vozes, seus risos,

bigodes e tranças,

o primeiro cachorrinho,

o papagaio no poleiro,

os rumores da cozinha,

as flores do furtivo jardim.

 

Ninguém jamais

será capaz

de pôr abaixo

essa casa que habita em mim.

 

 

 

Um comentário

  1. Lilian
    08/05/09 at 19:31

    Não tenho saudades das casas da minha infância, não, Professor. Talvez porque mudássemos muito, de casa, de cidade…
    Mas, assim como o senhor, “ninguém jamais será capaz de pôr abaixo essa casa que (hoje) habita em mim”!
    Lindo poema!!!

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