Dizem que os filhos são a sobrevivência do homem. “Crescei e multiplicai-vos”, já decretava o velho e iracundo Iavé bíblico, sem o quê a própria espécie humana não teria sobrevivido.
Não obstante, o cético e cínico Brás Cubas, de Machado de Assis, encerra as suas memórias póstumas com uma derradeira e sombria negativa: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.
Já o poetinha Vinicius de Moraes embora suspeitasse que “Filhos? Melhor não tê-los”, responde à própria dúvida indagando “Mas se não os temos / Como sabê-lo?”, para concluir enlevado, ao final: “Que coisa louca / Que coisa linda / Que os filhos são”.
Outro grande poeta, Khalil Gibran, profeticamente alerta: “Seus filhos não são seus filhos / Mas sim filhos e filhas do anseio da Vida por si mesma”.
A expressão filho-da-mãe, antes de ser ofensiva e um eufemismo do chulo, deveria ser tomada ao pé da letra, porquanto os filhos são mesmo muito mais da mãe do que do pai.
A mulher, além de gestar nas suas entranhas os filhos, amamentá-los e protegê-los até que possam cuidar de si próprios (e alguns jamais serão capazes disso), sempre foi a força centrípeta da família, que sem ela não existiria, e sem ela irremediavelmente se desagrega.
Dar à luz (esta sim, uma linda expressão) vai muito além do ato de parir, pois que a luz da mulher se irradia, acompanha e ilumina os filhos para sempre. E depois dos filhos, ainda virão os netos, aos quais ela nunca faltará, por eles próprios e para continuar a não faltar aos filhos.
Enquanto isso os homens, na sua grande maioria, são incapazes de trocar uma fralda, além daqueles que se escafedem nauseados ao depararem com o cocô dos rebentos.
E as mulheres de hoje são ainda mais admiráveis, ao cumprirem jornada quádrupla, como mãe, esposa, dona de casa e profissionais dos mais variados ofícios, em muitos dos quais vão se saindo melhor do que os homens.
Se bem que com frequência me assalta a dúvida se os pais são realmente capazes de legar algo para os filhos, ou se a sua missão será a de se recolherem silentes, no obscuro de si, enquanto os filhos seguem adiante pelo espaço infindo, como herdeiros do vento.
Esta eu nem queria comentar, para não chorar. Falar de mãe é algo muito sério! Gostei especialmente da “extensão” do significado da expressão “dar a luz” (continuando a irradiá-la) e do possível legado aos filhos. Mas, alguém como o senhor, que transmite bondade e sabedoria até para os simples conhecidos, imagino o quanto possa transmitir às filhas! Não há que se recolher silente, não!
Os homens têm filhos, plantam árvores e escrevem livros. E quantos deles ainda conseguem ser lembrados em cem anos? Em mil anos?
A lista é longa… Citarei apenas o meu preferido: Leonardo da Vinci.
Mas pra que a necessidade de permanência em um mundo de constantes transformações?
Separados podemos não ser grande coisa, mas juntos somos DEUS…
É grande a responsabilidade de ser mãe, profissional, dona de casa, companheira, esposa e tantas outras condições….
Realmente é uma responsabilidade ser MULHER.
Porque acho que somente mesmo sendo MULHER é que se pode saber, sentir e talvez até explicar como um ser consegue se desfibrar tanto.
A questão MÃE é difícil abordar.
Além de trazer à luz seus rebentos, se crê e é capaz de continuar pela vida afora sendo a lanterna de cada um deles.
Dizia meu velho e sábio pai, repetindo talvez um dito de seu tempo ou algo bíblico, não sei bem: tem uma mãe para dez filhos, não se tem dez filhos para uma mãe.
Só mesmo por magia divina, a mulher consegue enrolar e desenrolar o carretel da vida com todas as suas nuances e, as vezes, até com singular facilidade para os que a assistem.
O SENHOR TEM RAZÃO
COMO DIZ KLAIL GIBRAN, AUTOR QUE AMAVA NA ADOLESCÊNCIA, FILHOS SÃO FLECHAS QUE ATIRAMOS NO MUNDO!
E, INFELIZMENTE MEU CENTRO DE FLECHA NÃO FOI IDEAL!!!
MAS FIZ O QUE PUDE..
DENTRO DE MINHAS POSSIBILIDADES, E MATURIDADE CONTESTÁVEL.
ERREI??
ACHO QUE PODE SER QUE SIM , MAS ERREI POR AMOR DEMASIADO,,,,,,,,,,
SÓ ISSO É MEU DESABAFO
VIRGÍNIA
ACH