Acordei-me tom menor.
Segundo meus parcos conhecimentos, o tom ou acorde menor corresponde a um intervalo mais curto (ou menor) entre as notas, o que geralmente faz a música soar mais doce, mais suave, introspectiva, até mesmo algo tristonha ou melancólica.
Gosto muito de canções assim, talvez porque, no fundo, eu não passe de um tom menor que se disfarça e busca nos tons maiores levar mais leve a vida.
Também o carnaval, na sua explosão de alegria em tom maior, fantasia os tons menores do dia a dia.
Pierrôs, Colombinas, Arlequins, Jardineiras, Tiroleses, Sultões, Odaliscas, Reis, Rainhas, Príncipes e Princesas, “somos todos iguais nesta noite, na frieza de um riso pintado.”
“Quem é você?”
“Hoje eu sou da maneira que você me quer.”
“Eu sou o pirata da perna de pau, do olho de vidro, da cara de mau…”
“Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!”
“Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô
Mas que calor, ô ô ô ô ô ô.”
“Eu fui às touradas em Madri
E quase não volto mais aqui!”
“Não existe pecado do lado de baixo do Equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado a todo vapor.”
“Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça…”
Quanto riso! Oh, quanta alegria!
“Bandeira branca, amor,
Não posso mais!”
Passado o carnaval, a quarta-feira virá nas cinzas do tom menor.
“E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade.”
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