Tom menor

 

 

 

            Acordei-me tom menor.

            Segundo meus parcos conhecimentos, o tom ou acorde menor corresponde a um intervalo mais curto (ou menor) entre as notas, o que geralmente faz a música soar mais doce, mais suave, introspectiva, até mesmo algo tristonha ou melancólica.

            Gosto muito de canções assim, talvez porque, no fundo, eu não passe de um tom menor que se disfarça e busca nos tons maiores levar mais leve a vida.

            Também o carnaval, na sua explosão de alegria em tom maior, fantasia os tons menores do dia a dia.

            Pierrôs, Colombinas, Arlequins, Jardineiras, Tiroleses, Sultões, Odaliscas, Reis, Rainhas, Príncipes e Princesas, “somos todos iguais nesta noite, na frieza de um riso pintado.”

 

            “Quem é você?”

 

            “Hoje eu sou da maneira que você me quer.”

 

            “Eu sou o pirata da perna de pau, do olho de vidro, da cara de mau…”

 

            “Ei, você aí, me dá um dinheiro aí!”

 

            “Allah-la-ô, ô ô ô ô ô ô

            Mas que calor, ô ô ô ô ô ô.”

 

            “Eu fui às touradas em Madri

            E quase não volto mais aqui!”

 

            “Não existe pecado do lado de baixo do Equador

            Vamos fazer um pecado rasgado, suado a todo vapor.”

 

            “Não se perca de mim

            Não se esqueça de mim

            Não desapareça…”

 

            Quanto riso! Oh, quanta alegria!

 

            “Bandeira branca, amor,

            Não posso mais!”

 

            Passado o carnaval, a quarta-feira virá nas cinzas do tom menor.

 

            “E no entanto é preciso cantar

            Mais que nunca é preciso cantar

            É preciso cantar e alegrar a cidade.”

 

 

 [youtube=http://www.youtube.com/watch?v=4kHmk995qVA&feature=related]

 

 

 

3 comentários

  1. paulinho Lima
    20/02/12 at 18:16

    olá gama
    seu texto simples é no tom certo nem maior nem menor..o que é maior é sua criatividade. Muito gostoso aprendi o caminho

  2. Antonio Carlos A. Gama
    21/02/12 at 12:18

    Meu querido Paulinho, que bom que você aprendeu o caminho.
    Espero que não o tenha assinalado com migalhas de pão que os pássaros possam comer, dificultando que você o encontre de novo.

    Volte sempre, que a casa é sua e as portas sempre lhe estarão abertas.
    Como as do seu adorável “Rio de Sempre”.

    Um abraço.

  3. Lúcia Helena vieira Dibo
    21/02/12 at 18:22

    Sempre perfeito, meu querido amigo. E seu texto; uma clave de sol de poesia!
    Grande abraço.

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