Já fui Rei.
Hoje, não quero mais.
Os súditos se curvavam
e me abriam o caminho para passá-lo.
Hoje, prefiro vassalo.
Envergava meu manto de arminho,
que todos aplaudiam e admiravam.
Hoje, prefiro a nudez
(do menino que me fez).
Orgulhava-me da sapiência,
que a todos encantava
(ou enganava).
Hoje, me apraz a paciência.
Queria-me a todo custo adorado,
mesmo que traído pelo costado.
Hoje, basta-me ser gostável
(e gosto que me enrosco).
Já fui Rei.
Hoje, serenei.
Se houver algo melhor que serenar despido de grandezas inúteis, paciente, gostável, inspirável e inspirado, favor avisar. Feliz esse rei…
Beijocas!