Dizem as más línguas que advogados são seres bizarros, nos quais não se pode confiar (um ex-Ministro da Justiça anda por aí a confirmar a fama).
Mas os advogados têm os seus suplícios, vivem à mercê de uma criaturinha mitológica, chamada “prazo”, que lhes inferniza os dias e as noites.
Esse bichinho ardiloso costuma passar um bom período hibernando, aparentemente sem incomodar (o que na verdade se trata de uma tática sorrateira), até que de repente, não mais do que de repente, desperta numa página de seu habitat, conhecido como “Diário Oficial” (agora, eletrônico), e passa a infligir seus tormentos de gremlins ao incauto advogado.
Quando isso acontece, ele nunca vem sozinho, ataca sempre em bando, matilha faminta que se põe a correr centípede em todas as direções. Pobre do advogado, bípede, para acompanhar esses diabinhos e não os perder da vista dos autos!
Assim estou, resfolegante, desde segunda-feira passada, a contestar, arrazoar, contra-arrazoar, protestar, reiterar, recorrer, e correr, e correr e correr…
Na perseguição de um deles, vim parar ontem em São Paulo, onde passo o sábado e o domingo com a Bell e a Júlia, que aniversaria, e tento recompor as forças.
Até quarta-feira que vem ainda restam dois para abater (se não ressurgirem outros…).