Ruy Castro, sempre oportuno e impecável, na sua coluna de hoje na Folha de S. Paulo (Recado em prosa) lembra ao nosso país e à nossa gente sem memória que Tom Jobim (que estaria agora com 85 anos) “teria sido recebido com clarins nos salões do Riocentro, na abertura da conferência Rio+20”, não apenas por ser autor de inúmeras canções que celebram a natureza, “Mas por ser um porta-voz da ecologia, desde a época em que, no Brasil, essa palavra tinha de ser procurada no dicionário”.
Por causa disso, segundo ainda Ruy Castro, Tom era tratado até mesmo com “brutalidade” nas redações do Rio e de São Paulo, nos anos 70 e 80, onde costumavam debochá-lo: “Ih, lá vem de novo o Tom Jobim com aquela mania de ecologia.” “Tom Jobim é a coisa mais rançosa que existe!”.
Tamanha era a paixão de Tom pela natureza e pelo Brasil que ele dizia:“Toda a minha obra é inspirada na mata atlântica.”
Pois aí está a trôpega Rio+20 a gemer e urrar para parir um ratinho à guisa de documento final, que muito pouco ou nada valerá para as medidas sérias e consequentes que precisam ser tomadas e não podem esperar mais.
O vídeo abaixo é um perfeito exemplo do que nos conta Ruy Castro: na parte final, Tom Jobim brinca com a letra que lhe fizera Vinicius em Carta ao Tom 74, para denunciar uma vez mais a degradação que vinha sofrendo o Rio de Janeiro. O outro vídeo é da magnífica Borzeguim.
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Muito à frente de seu tempo…