“Pecado Capital” (Paulinho da Viola), com ele
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“Pecado Capital” (Paulinho da Viola), com ele
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Som de batimentos cardíacos, que pouco a pouco começam a falhar.
Um homem grisalho caminha trôpego por uma planície enregelada e plúmbea, no limite da exaustão (participa de uma maratona ou outra prova de resistência?).
Ajoelha-se arfante, refletindo gravemente: “Ah… Eu devia ter ido mais ao shopping!”
Outro homem, ainda jovem, prostrado ao chão sob a chuva, enquanto se aproximam a maca e os paramédicos, lastima: “Bem agora que eu ganhei um aumento…”
Na sala ampla e vazia, a senhora presa às recordações e à cadeira de rodas contempla uma sapatilha de balé que tem nas mãos e medita: “Podia ter feito um closet maior!”
A mulher de trinta e poucos, no elevador, deixa cair a bolsa e desfalece lentamente, recriminando-se: “Por que não eu comprei mais sapatos?”
No leito de morte, velado por familiares e pelo cachorro, o velho faz a contrição: “Eu devia ter passado mais tempo no escritório!”
É o sublime comercial de um banco, que em seguida nos adverte e cobra (os bancos são bons disso): “Em que momento vamos parar de pensar tanto em dinheiro?”
E, finalmente, nos conforta: “O importante não é ter mais dinheiro, é saber o que ele pode fazer por você”.
Deixemos, pois, nosso suado dinheirinho com eles que, muito melhor do que nós, saberão o que fazer.
Ao assistir a um comercial como esse e lembrar daqueles ferrabrases quebrando vidraças de agências bancárias, Brecht ressoa mais atual do que nunca: “O que é roubar um banco comparado a fundar um?”
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