Nuno Júdice
SONETO
Nuno Júdice
Lábios que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho:
que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?
É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,
que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.
Gama, eu não conhecia esse autor e posso te dizer que adorei. Pelo nome e pela temática abordada, acredito se tratar de um homem de nacionalidade portuguesa, conterrâneo de Fernando Pessoa, portanto.
Ah! E amanhã, dia 29/08, teremos uma dupla comemoração: aniversário do Brenno (lembro sempre!) e de 70 anos de mestre Edu Lobo.
Abraçaço.
Nuno no “Estrela”… Um presente.
Antonio, tenho TODOS os livros dele à cabeceira, ao alcance do meu abraço.
Leio-o desde sempre.
Beijocas!