“Um a Zero” (Pinxinguinha / Benedito Lacerda / Nelson Ângelo), com Paulo Moura e Os Batutas
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zXrhNYY6Pak[/youtube]
“Um a Zero” (Pinxinguinha / Benedito Lacerda / Nelson Ângelo), com Paulo Moura e Os Batutas
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=zXrhNYY6Pak[/youtube]
O zeloso Dicionário Houaiss, das oito acepções que arrola, não registra “copa” como um dos cômodos da casa.
A liberalizante Wikipédia, sim, embora de maneira confusa: “Em uma casa, uma copa é um lugar onde se fazem as refeições (Pode-se chamar de cozinha também). O que geralmente a difere de uma sala de jantar é o fato de que na copa é anexada por uma porta, ou de outras maneiras de cozinha. Ou pode a fazer de biblioteca, ou cantinho de descanso.”
Parece, aliás, que a copa vai se confundindo ou desaparecendo nas casas e apartamentos contemporâneos, que integram cozinha, copa, sala de jantar e até sala de visitas num único ambiente. Menos mal que o banheiro ainda não.
Se um time de futebol fosse uma velha casa, a cozinha seria a defesa, e o ataque, a sala de jantar. Na cozinha se faz o trabalho duro (e por vezes sujo) de cortar, descascar, fritar, ralar, amassar. O fruto desse trabalho é degustado na sala de jantar, onde se reúnem os convivas, que aplaudem (ou não) os acepipes servidos. A copa, então, seria o meio de campo do time, encarregado de apanhar as sobras da cozinha, requintá-las com toques especiais, selecionar os vinhos, e distribuí-los como iguarias.
Os grandes times costumam ter um honorável meio de campo, composto de maîtres e garçons que fomentam os atacantes. Se estes têm apetite, a festa se completa.
A seleção brasileira que vai para a Copa de 2014 tem uma cozinha fornida e uma sala de jantar prazerosa, mas não conta com uma copa equipada. Falta o maître sapiente, os garçons atenciosos, que transitem entre a cozinha e a sala de jantar. Luiz Felipe, Paulinho e Oscar (e os demais convocados para o setor) são serviçais esforçados, mas lhes falta inspiração. Cheguei a pensar, anos atrás, quando despontava no Santos F. C., que Paulo Henrique Ganso seria o nosso maître d’hôtel, mas ele ainda não conseguiu se diplomar no Le Cordon Bleu.
Afinal, a trancos e barrancos, teremos Copa, até podemos ganhar a Copa, mas vamos para a Copa sem copa.