“All of me” (Gerald Marks / Seymour Simons), com Billie Holiday
http://www.youtube.com/watch?v=4P0hG3sD0-E
“All of me” (Gerald Marks / Seymour Simons), com Billie Holiday
http://www.youtube.com/watch?v=4P0hG3sD0-E
Senhores, à guisa de consulta, estaria em processo alguma mutação genética na voz das mulheres? Por que tantas com timbre infantilizado, esganiçado, similar a gravações distorcidas de testemunhas? Tortura ouvir certas cantoras (só Billie podia), candidatas, atrizes, repórteres, apresentadoras, entrevistadas anônimas nas ruas e, céus!, manicures gasguitas conversando por sobre a clientela imobilizada pelos alicates.
Tem uma comentarista de economia que me leva a desentendimento diário com tevezinha, velha companheira para “furos de reportagem” que mantenho ao lado do computador da Redação. Fica ali, a fofa, batendo parada e baixinho na mesma estação, até que entra a criatura do Dow Jones com aquela voz exasperante e, como se não bastasse, com o cacoete de ralentar o final de cada frase, escandindo as sílabas. Levo alguns minutos para perceber a jugular inflando e aí… sobra para tevezinha. Mute no queixo.
Tal sensibilidade a latomias e cacarejos femininos estridentes não vem de hoje. Um dos meninos, ainda no ninho, ao descobrir a neura, sem que eu percebesse mudava tevezinha para um canal japonês e saía do ambiente. Escondia-se, às gargalhadas, esperando que eu desse pela coisa e partisse para cima dele com a sapatada voadora. Que nunca acertei, diga-se.
Estou sozinha em minha aversão e percepção do agravamento do problema?
Selma Barcellos