Há pouco mais de quinze dias, vários textos postados abaixo diziam das máquinas de escrever.
Pois vejam só a matéria publicada no Jornal de Notícias de Portugal:
Imagino o burocrata franzino e compenetrado, sentado à secretária de mogno, datilografando na máquina Royal a correspondência, os memorandos e documentos da Sociedade Portuguesa de Explosivos. Sim, de explosivos!
Terá escrito, sub-reptício, com dedos de veludo, alguns dos seus poemas ali, durante o expediente ou mesmo após?
Sabiam os colegas e superiores hierárquicos do incontido talento daquele homenzinho, que não cabia em si, e um dia explodiria para o mundo? Quanto perigo!
A máquina de escrever que eu utilizava nos meus idos tempos de escrevente de cartório também era da marca Royal.
Datilografei, furtivo, alguns versos mancos nela. Mas comigo ninguém corria perigo (a não ser o de tropeçar na bengala dos versos).
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Nitroglicerina pura, Antonio! Fantástico post da série “Coincidências”.
Que vontade de arrematar as peças…
Pessoinha não tinha uma Bell, that’s it.
Fio-terra do mestre: “Se são horas, recolho ao escritório como qualquer outro. Se não são horas, vou até ao rio fitar o rio, como qualquer outro. Sou igual. E por detrás de isso, céu meu, constelo-me às escondidas, e tenho o meu infinito.”
Agora, registre-se para a posteridade: “Datilografei, furtivo, alguns versos mancos nela. Mas comigo ninguém corria perigo (a não ser o de tropeçar na bengala dos versos).”
Beijocas!
P.S.: O vídeo é um alumbramento!
Antonio, sabe quem arrematou as duas peças? José Paulo Cavalcanti Filho, o biógrafo brasileiro de Pessoa e membro da recém-formada Comissão da Verdade. Total do mimo? 80 mil euros!!!
Passei perto com meu lance… Hehe.
Beijocas!