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Ladainha

 

 

ladainha

substantivo feminino

1          prece litúrgica estruturada na forma de curtas invocações a Deus, a Jesus Cristo, à Virgem, aos santos, recitadas pelo celebrante, que se alternam com as respostas da congregação (fiéis e/ou religiosos)

2          Derivação: por analogia.

falação fastidiosa que está sempre repisando as mesmas ideias; enumeração longa e cansativa; esp. repetição monótona e tediosa de queixas e recriminações; lenga-lenga

3          Rubrica: capoeira. Regionalismo: Brasil.

canto rogatório popular na abertura de uma roda de capoeira (‘jogo’)

 

(Fonte: Dicionário Houaiss)

 

 

“Reza” (Edu Lobo / Ruy Guerra), com Edu e Tamba Trio

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=YP0Uic6KCCw[/youtube]

 

 

 

Amores serão sempre amáveis…

 

 

Para mim, entre as cinco mais belas canções de Chico Buarque

 

“E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização”

 

“Futuros amantes” (Chico Buarque), com ele

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=mN306Fkg6Wg[/youtube]

 

 

 

Anjo de mim

 

 

 

“Anjo de mim” (Ivan Lins / Vitor Martins), com Ivan

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=qqhLEiz6nrY[/youtube]

 

O meu amor
Vida pulsar
Dentro de mim

Meu quero mais
Meu querer bem
Meu querubim

Anjo de mim
Me faz amor
Abraçadinho

Meu coração
Começo e fim
Meu pôr-de-mim

O meu amor
É meu luar
Em noite Jobim

É tanto céu
Dedo de Deus
Em meu caminho

Porto de mim
Meu sol, meu ar
Meu tudo enfim

Água é do mar
Como eu sou teu
Cuida de mim

Me leva, me leva

 

 

Ela faz cinema

 

                         Bell Gama

bell gama

 

 

 

 

 

 

 

 

Fade in.

A primeira vez em que ela o viu foi pelo view finder. A inglesa e rara Bell-Howell Super8 encontrada em um bazar despertou seu sonho antigo. Sempre quis ser cineasta. Agora, com a câmera nas mãos fazia seu primeiro filme. Ele era o protagonista.

Depois de muito mexer na câmera para tentar fazê-la funcionar, ela desistiu. Definitivamente não era cineasta mas a beleza da peça a contagiou. Não resistiu. Empunhou a câmera, repousou delicadamente seu olho no pequeno orifício e como num susto acabou fazendo uma panorâmica. Apesar de rápido, o movimento foi suficiente para que ela analisasse todas as quinquilharias expostas ali. Muitas pareciam ter sido retiradas de sua memória, da infância que parecia tão distante quanto o seu sonho em fazer um filme.

Ao final do movimento, ele. Tilt. Estava vestido de calça jeans, uma camiseta branca e um tênis despojado. Bastava. Achou bonito de costas. Gostou mais quando ele virou lentamente e mostrou seu rosto. Ela descobriu o zoom.

Ficou surpresa com aquela figura naquele lugar tão abandonado quanto a sua vida nos últimos tempos. Procurou tanto aquele physique du role e agora nem havia precisado fazer casting. Ele simplesmente circulava olhando atentamente cada um dos objetos expostos. Brincava focando e desfocando. Ele, o objeto. O objeto, ele. Ele pegou um ferrorama antigo. Acariciou a caixa.  Certamente também se lembrava de sua infância.

Quando já estava completamente encantada com o jeito que ele olhava para o trenzinho, sentiu sua mão escorregar e bater em um gatilho. A câmera disparou fazendo aquele barulho inconfundível de cinema. Seu coração disparou quick motion. Flash Foward.

Transportou seu pensamento para onde gostaria que fosse o clímax daquele filme. Pensou nele. Em seu apartamento. Lusco fusco. Seus olhares cruzando em slow motion. Sua boca em close up. A boca dele em close up. As duas bocas em close up. Precisava de BG? Desnecessário. O ruído da câmera girando o carretel embalaria o filme mudo dando a dramaticidade necessária para um momento como aquele.

Corte. Voltou em pensamento para o bazar. Perdeu a continuidade. Ele já estava dobrando a esquina. Um halo deixava o andar dele ainda mais bonito, mais poético. Long Shot. Ele, a rua, a tarde, a cidade. Seu filme.

Fade out.

 

“Ela faz cinema” (Chico Buarque), com ele

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=cGxtihukKiI[/youtube]

 

 

Ternura Antiga

 

 

 vulto de mulher

 

 

                                               TERNURA ANTIGA

 

                                               A voz morreu

                                               antes de explicar

                                               a ternura sem fim

                                               que eu trazia em mim.

 

                                               As mãos perderam

                                               o jeito do carinho

                                               e eu me perdi

                                               na busca do caminho.

 

                                               A ânsia de dizer tudo

                                               me fez dizer nada

                                               e a emoção contida

                                               o gesto incompleto

                                               a palavra não dita

 

                                               pairando no ar

                                               ficaram para lembrar

                                               a vida perdida

                                               antes de começar.

 

 

“Ternura Antiga” (Dolores Duran / Ribamar), com Tito Madi

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=h41JZGbdUwI[/youtube]