Enquanto não convenço Paulinho a se tornar colaborador permanente do “Estrela Binária”, subtraio-lhe os versos amigos, de aperitivo para os amigos.
Amigo amigo
Paulinho Lima
Olá, amigo! Estou a fim de papo.
O bar amigo enfeita a alma de quem espera.
A música instiga a inspiração de ontem.
A bebida cheira desejo de deuses.
A cidade, amigo, grita, clama, verseja.
E eu, mortal amigo
Ouço o silêncio dos mudos e dos surdos
Tenho vontade de falar.
Escolho você amigo.
A sede não me impede de dar os goles que não dei
E o melhor, amigo, vou continuar com sede.
Cruzo o olhar amigo.
Vejo mesas vazias com cadeiras cheias,
Copos melancólicos sintonizando garrafas alegres.
O alarido amigo enforca o meu olhar.
Palpito sílabas, todas sem o adereço das palavras.
O tempo, acelerado amigo, contrasta com a lerdeza das horas.
Meu pensamento amigo acompanha a fumaça dos cigarros apagados.
Amigo! De pouco falar e nada ouvir a palavra não sai.
Amigo amigo! Será que vou viver só com as minhas sílabas?
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