Conta corrente

 

 

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Houve um tempo

em que eu era imortal

como os heróis dos gibis,

nada me atingia, e no final

todo mundo estava vivo e feliz.

 

Hoje, quando me olho no espelho

deparo um forasteiro que me pareço

vagamente familiar,

com menos dente e cabelo,

cheio de morto e cicatriz.

4 comentários

  1. Lilian
    24/03/09 at 19:21

    Lindo poema! Mas, na verdade, estamos nos tornando imortais agora, na medida em que conquistamos o carinho e respeito das pessoas. Naquele tempo, éramos apenas inocentes… Quanto ao espelho, que insiste em refletir o que não desejaríamos ver, acho que mesmo assim vale a pena; se é este o preço a pagar… tá valendo! Ainda mais porque somos todos forasteiros neste mundo, cada um com seu espelho particular.

    • 25/03/09 at 16:06

      Cara Lilian

      É um prazer contar com você em órbita conosco, aqui nesta Estrela Binária.
      Obrigado pelos ótimos comentários e continue opinando.
      Um abraço.

  2. CAROL GAMA
    25/03/09 at 13:15

    O Clint está aí para mostrar que herói não tem idade…e vc continua maravilhoso. Beijo, Carol

    • 26/03/09 at 22:45

      Carol,
      Nossos pensamentos realmente interagem. Palavra que quando escrevi este pequeno poema, além de expressar o que ando passando, pensei na figura do Clint Eastwood, primeiro como o cowboy implacável ou o policial durão, e agora (melhor ainda) como o homem ainda áspero, com o rosto vincado pelas rusgas, mas que se humaniza e reconcilia com a vida.
      Beijos.

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