O último porco

 

                        O grande e sempre atual  Machado de Assis, em uma de suas crônicas publicadas em A Semana, nos idos de 1893, discorrendo com a ironia e o sabor característicos sobre uma parede de açougueiros (greve), louvava o vegetarismo ou vegetarianismo, e lá pelas tantas sentenciava:

 

“Morre-se de porco. Quem já morreu de alface?”

 

                        Agora, com a ameaça mundial (mais uma!) da gripe suína, parece que o velho bruxo tinha mais razão do que se pensava.

 

                        Se bem que com os pesticidas de hoje, talvez já estejamos também a morrer de alface.

 

 

 

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5 comentários

  1. Lilian
    27/04/09 at 22:21

    Quem diria… o velho Machado sequer poderia imaginar pelo que estamos passando agora. Pode-se morrer não só de porco, como também de pimentão, morango e… não me lembro o terceiro mais contaminado, conforme publicado na Folha semana passada. Mas acho que tinha uva no meio (adoro!) e não fiquei sem as minhas uvas por isto.
    O “engraçado” é que existe uma previsão de “final” ou transformação do mundo em 2012. Mas, continuando assim, parece que não chegaremos lá. Imagina, participar dessa bagunça toda e depois não ver o glorioso final!!! rsrs
    Ontem, assisti outro filme: O dia em que a Terra parou. Legal! Cheio de efeitos especiais, com o mais extra-terrestre dos seres humanos: Keanu Reeves. Não tem como olhar pra ele e não pensar em outros mundos…

  2. bellgama
    27/04/09 at 22:38

    Papilly, que engraçado… exatamente hoje eu postei um texto chamado “O último livro” que também cito Machado… Apesar de você não ter lido (rs) eu li o seu! Ótimo! beijos

  3. GUILHERME GARCIA
    28/04/09 at 13:38

    Tio.

    Já que falamos em alface resgato um conselho do nosso eterno Vinícius de Moraes deixado em seu livro “Para viver um grande amor”

    Não comerei da alface a verde pétala
    Nem da cenoura as hóstias desbotadas
    Deixarei as pastagens às manadas
    E a quem maior aprouver fazer dieta.

    Cajus hei de chupar, mangas-espadas
    Talvez pouco elegantes para um poeta
    Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
    Que acredita no cromo das saladas.

    Não nasci ruminante como os bois
    Nem como os coelhos, roedor; nasci
    Omnívoro: dêem-me feijão com arroz

    E um bife, e um queijo forte, e parati
    E eu morrerei feliz, do coração
    De ter vivido sem comer em vão.

    (Iludia-se o poeta. Num tempo em que as coisas andaram meio pretas, ele teve que se enquadrar direitinho e andou comendo legumes na água e sal como qualquer outro).

    Um abraço em todos.

    Guilherme Garcia

  4. 28/04/09 at 16:16

    Gostaria de perguntar ao especialista quais as medidas tomadas por ele com o surto de gripe suína…

    • Antonio Carlos
      28/04/09 at 16:35

      Rockmann,

      Consultar o pediatra Dabori ou o “House” local, Coutinho, que – imagine só – está fazendo fisioterapia comigo.

      Depois lhe passo as recomendações.

      Abração.

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