Ele é bem mais velho do que eu.
Nasceu no mês de agosto de um longínquo ano…
Eu, no mês de novembro!
Natural, pois, que a catarata o pegasse primeiro (se bem que a dele foi causada por uma pancada que sofreu).
Mas isso pouco importa.
O que importa (com ou sem catarata) é que desde os verdes anos observamos as mesmas estrelas, ainda que de navios diferentes (com sua licença, Aldir).
Em homenagem aos seus novos focos,
permita-me que lhe dedique novamente
esses flocos
de poesia:
DEJÀ-VU
De olho no olho que não vê
já vejo tudo.
Como um dejà-vu constante,
tenho registrado cada instante
de um tempo antecedente,
quase oculto,
por detrás das cataratas
e das corredeiras.
Onde ordeiras baratas
e satânicos colibris
faziam seu festim macabro…
acabo já-já com esse passado!
levado embora
pela impávida aspiração
que seca a neblina,
que embaça a nitidez
da paisagem cristalina.
Mas as cortinas já se abrem
para o segundo ato
e o fato se submete
ao enredo teatral.
E a verdade aparece na revista
mesmo vista
com olho artificial.
(mas um pouco de miopia é bom, porque permite não se ver as coisas como de fato são…
e deixa ver outras como gostaríamos que fossem. Lembra?)
Brenno Augusto Spinelli Martins
Retinas desfatigadas e enxergando a vida au grand complet, o que ainda não virá por aí em prosa e verso, meninos…
Adorei a foto. Brenno é daqueles amigos para se ver raiar a madrugada, cair o sereno…
Parabéns pela estreia em dia tão nobre, companheiro de órbita. Hoje nascia Vinicius, parceiro do outro Tom.
Belíssimo poema.
Beijocas!
Pô, agora fiquei sem graça…
Queria responder, discutir a questão da idade, falar do “retrato” (bela “chapa”, não lembrava, camisa do Santos… de Neymar ou de Pelé?), mas…
fiquei assim… sem palavras.
Mesmo assim, devo dizer alguma coisa, nem que seja uma só
PALAVRA
A palavra do lavrador
caiu na terra arada
e ele, distraído,
passou de novo o arado
e a palavra ficou enterrada…
ou semeada
ou incrustada
ou adormecida.
Se um dia ela germinar
pode crescer,
virar discurso,
pode virar oração
ou ladainha
ou até reclamação.
Pode ramificar galhos de protesto
ou soltar raízes
de meditação
ou mortificação.
A palavra pode crescer,
pode morrer,
apodrecer
ou ficar p’ra semente…
se ela não for
imediatamente
dita.
(Obrigado aos orbitantes!)
Brenno, sem prévio aviso, aviso agora que você se tornou o mais novo “colaborador voluntário” deste blog.
Olhe lá, do lado direito, em “Categorias”.
Como faço com a Selma, me encarrego de mergulhar nas suas caudalosas águas e pescar algumas das tantas pérolas (“Marinheiro, vem, vem ver quanto água, se você quiser pode afogar suas mágoas…”). Mas se você quiser me enviar por e-mail alguma coisa, será ótimo também.
Abração.
Tá… mas colaborador “donatário” (de Donato, João), tipo sem compromisso, relaxado, improvisado, irresponsável, esvoaçante, desregrado, eventual, passageiro, embriagado, volátil…
Assim… pode.
Será assim mesmo, ou eu não conheço você?
Embora essa amizade contenha muitos motivos cristãos óbvios, está longe de ser um clichê. É para mim, uma miscelânia sincrética de histórias bem vividas, tiradas do budismo tibetano, gnosticismo, epistemologia ocidental clássica e contemporânea, mecânica quântica popular, psicologia de Jung, pós-modernismo, ficção científica, filmes de arte marcial de Hong Kong e outras fontes… Vocês são um arraso! E acabam em bossa nova, ou um sambinha bom!
Gama, muito bonita essa homenagem que vc fez ao poeta Brenno.
Sem dúvida que os poemas são importantes na formação da nossa sensibilidade.
Os amigos são jóias raras que passam em nossas vidas e estão presentes tanto nos momentos fáceis quanto nos difíceis. Companheiros de conversa e cerveja.
Abraço,
André
Então… abençoado por Antonicos, Selmas, Claudias, Andrés… e diante do aniversário lembrado por Selma daquele que, como os deuses, devem ser tratados por “vós”… solto a voz:
Estivestes comigo em todos os inícios
mas me abandonastes nos finais.
Repartistes comigo todos os vícios,
mas me deixastes sozinho
nas ressacas dos meus carnavais.
Por que demorastes tanto, ó Poeta?
por que ainda demorais
pra me ensinar vosso canto,
elegias,
desencantos,
poesias,
acalantos
e o tanto que sois capaz?
Chegastes tarde, ó Poeta!
agora é tarde demais:
não tenho mais bala na agulha…
Por que me influenciais?
estando sempre presente
na retina dos meus eyes…
na rotina dos meus ais.
Cessa tudooooooooo!!! “Na retina dos meus eyes/na rotina dos meus ais”… Leminski?
Não, é o Brenno. Meus sais.
Beijocas!
Assim não vale, Brenno, é demais!
Essa merecia, e merece, um post a mais.
Eu não sou “Jobim”, você não é “Moraes”,
Mas ao fim e ao cabo, somos quase iguais…
O exercício da fala. Algumas dores necessárias.O sopro da alegria resvalada. Emoção. Assim é a palavra derramada que vem de vocês, que me abriga e aconchega. obrigada por existirem meus amigos líricos. beijos.
Quisera eu ter a facilidade de retratar em palavras o que o meu coração sente ao ler, ver e imaginar toda esta amizade entre estes dois….È lindo D++. continuem nos brindando com estes posts..pois somos capazes de entender e acreditar que este nosso MUNDÃO ai é BOM D+++ !!!!!
Fiquei lendo e olhando a foto e pensando: essa foto poderia se chamar amizade. Mas, amizade é pouco. Poderia, então, se chamar felicidade. Mas, felicidade vem e vai e não fica. Decidi, então, chamá-la de abraço. Porque um abraço nunca vai, apenas fica.
Amei esse post e amei essa foto. Uma bela foto.
Aliás, foi com eles que aprendi o valor das amizades. Salamaleques Manovéios.