Brenno Augusto Spinelli Martins
NÓS
Quem somos nós? Somos nós…
nós que nós mesmos nos demos
e a nossa missão na vida
é que os nós, nós desatemos.
Nostradamus, nos antanhos,
nem de leve suspeitava
que o mundo um dia acabava…
mas acabava em nós.
Nó cego, em pingo d’água,
nó em fumaça, sem pontas,
nó marinheiro, carioca,
nó careca, nó de trança.
Nó da madeira, barreira
para o artesão competente;
nódoa de bananeira
mancha a camisa da gente.
Nó de tripa, nó no peito,
no nosocômio está cheio!
Nostalgia, entretanto,
é nó que nunca é desfeito.
Nó na garganta, nem tanto,
é um nó na emoção,
pela palavra não dita,
escondida no porão.
E quando chegam as dores
dos nós arrebatadores,
puxam-se as pontas a esmo,
pede-se ajuda em vão…
Quem são os desatadores
desses nós?
— Somos nós mesmos !
E, nós leitores agradecemos.
Simplesmente lindo!!
Sempre gosto muito do que Brenno escreve. Beijos a vocês.
Nós, de todos nós! E ainda é “bonitinho”…
E nós, desatados ou não, aplaudimos!
Mais um belíssimo poema do Brenno.
Eu penso na possibilidade de, um dia, ele publicar um livro com alguns dos poemas de sua autoria para guardarmos como recordação, assim como fez o Gama.
Abraçaço.
Os nossos nós nós desatamos com um grande abraço, e voltamos a ser laço.