Ainda não havia assistido ao show em que Vanessa da Mata interpreta canções de Tom Jobim, o que fiz ontem por um canal de TV que transmitiu ao vivo a apresentação em Ipanema.
O projeto “Viva Tom Jobim”, patrocinada pela “Nívea” é uma homenagem aos 50 anos do lançamento do primeiro disco solo do Maestro Soberano, “The Composer of Desafinado Plays”, gravado pela “Verve”, em Nova York, no ano de 1963.
Pois apesar da denominação do projeto, de bons músicos acompanhando-a, do belo cenário, o que vi e ouvi foi Vanessa, fazendo jus ao nome dela e ao do disco quinquagenário, tentando matar Tom Jobim, desafinando, semitonando, e outras coisas mais. Ficou evidente não estar à altura das nuances melódicas e do refinamento das músicas de Tom.
Não gosto dela como cantora, admito.
Quando surgiu, o timbre algo parecido com o de Gal Gosta me despertou a atenção, mas logo percebi que se tratava de uma cantora muito limitada, a despeito do grande sucesso de público e de crítica, o que, aliás, não significa absolutamente nada. Sou desafinado, mas meus ouvidos não são moucos.
Apesar disso, cheguei a me indagar se não seria mera implicância ou intolerância minha. Mas eis que, sem nada haver comentando antes com ela, recebo um e-mail de uma querida amiga e colaboradora deste blog (e que encanta quando canta) dizendo-me que sentia exatamente o mesmo.
Até Caetano Veloso, que participou brevemente do show, parecia sem graça, pouco à vontade, cantando num tom (ou Tom), que não era o dele.
Vanessa só não mata de vez Tom Jobim porque ele é mesmo imortal.
(A cara do Tom na foto acima não parece preocupada?)