Posts from junho, 2013

 

 

“O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim.”

 

 

“O quereres” (Caetano Veloso), com ele e Maria Gadú

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Os mandamentos do escritor

 

    Selma Barcellos

Selma 2

 

 

 

 

 

 

 

 

Por Carlos Willian Leite, para a Bula:

 

 

Segundo Nietzsche, Hemingway, Onetti, García Márquez…

 

 

1 — Mintam sempre.

(Juan Carlos Onetti)

 

2 — Elimine toda palavra supérflua.

(Ernest Hemingway)

 

3 — Uma coisa é uma história longa e outra é uma história alongada.

(Gabriel García Márquez)

 

4 — Antes de segurar a caneta, é preciso saber exatamente como se expressaria de viva voz o que se tem que dizer. Escrever deve ser apenas uma imitação.

(Friedrich Nietzsche)

 

5 — Não sacrifiquem a sinceridade literária por nada. Nem a política, nem o triunfo. Escrevam sempre para esse outro, silencioso e implacável, que levamos conosco e não é possível enganar.

(Juan Carlos Onetti)

 

6 — Use frases curtas. Use parágrafos de abertura curtos. Use seu idioma de maneira vigorosa.

(Ernest Hemingway)

 

7 — Não force o leitor a ler uma frase novamente para compreender seu sentido.

(Gabriel García Márquez)

 

8 — O escritor está longe de possuir todos os meios do orador. Deve, pois, inspirar-se em uma forma de discurso expressiva. O resultado escrito, de qualquer modo, aparecerá mais apagado que seu modelo.

(Friedrich Nietzsche)

 

9 — Não escrevam jamais pensando na crítica, nos amigos ou parentes, na doce noiva ou esposa. Nem sequer no leitor hipotético.

(Juan Carlos Onetti)

 

10 — Evite o uso de adjetivos, especialmente os extravagantes, como “esplêndido”, “deslumbrante”, “grandioso”, “magnífico”, “suntuoso”.

(Ernest Hemingway)

 

11 — Se você se aborrece escrevendo, o leitor se aborrece lendo.

(Gabriel García Márquez)

 

12 — A riqueza da vida se traduz na riqueza dos gestos. É preciso aprender a considerar tudo como um gesto: a longitude e a pausa das frases, a pontuação, as respirações; também a escolha das palavras e a sucessão dos argumentos.

(Friedrich Nietzsche)

 

13 — Não se limitem a ler os livros já consagrados. Proust e Joyce foram depreciados quando mostraram o nariz. Hoje são gênios.

(Juan Carlos Onetti)

 

14 — O final de uma história deve ser escrito quando você ainda estiver na metade.

(Gabriel García Márquez)

 

15 — O tato do bom prosador na escolha de seus meios consiste em aproximar-se da poesia até roçá-la, mas sem ultrapassar jamais o limite que a separa.

(Friedrich Nietzsche)

 

 

… e Machado de Assis, Proust, Flaubert, Henry Miller, Jorge Luis Borges

 

 

1 — A primeira condição de quem escreve é não aborrecer.

(Machado de Assis)

 

2 — Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.

(Gustave Flaubert)

 

3 — Há somente uma maneira de escrever para todos, que é escrever sem pensar em ninguém.

(Marcel Proust)

 

4 — Escreva primeiro e sempre. Pintura, música, amigos, cinema, tudo isso vem depois.

(Henry Miller)

 

5 — Evitar as cenas domésticas nos romances policiais; as cenas dramáticas nos diálogos filosóficos.

(Jorge Luis Borges)

 

6 — Trabalhe de acordo com o programa, e não de acordo com o humor. Pare na hora prevista!

(Henry Miller)

 

7 — Uma verdade claramente compreendida não pode ser escrita com sinceridade.

(Marcel Proust)

 

8 — Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.

(Machado de Assis)

 

9 — O autor na sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda a parte, mas não visível em nenhuma.

(Gustave Flaubert)

 

10 — Esqueça os livros que quer escrever. Pense apenas no que está escrevendo.

(Henry Miller)

 

11 — O que se deve exigir do escritor, antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço.

(Machado de Assis)

 

12 — Todo o talento de escrever não consiste senão na escolha das palavras.

(Gustave Flaubert)

 

13 — Mantenha-se humano! Veja pessoas, vá a lugares, beba, se sentir vontade.

(Henry Miller)

 

14 — Evite a vaidade, a modéstia, a pederastia, a falta de pederastia, o suicídio.

(Jorge Luis Borges)

 

15 — Um livro não deve nunca parecer-se com uma conversação nem responder ao desejo de agradar ou de desagradar.

(Marcel Proust)

 

 

O que estão esperando, queridos? Mãos à obra!