Ernesto Paulelli com a partitura do “Samba do Arnesto”
(Foto de Leonardo Soares/Estadão)
Eles se conheceram nos idos de 1938, nos estúdios da Rádio Record, onde ambos trabalhavam.
— Muito prazer, meu nome é Ernesto Paulelli.
— Ernesto? Mas Ernesto não existe! Seu nome é “Arnesto”.
Algum tempo depois, Adoniram disse ao já então amigo:
— Arnesto, você sabe que o seu nome dá samba?
Um dia lhe apresentou o samba, que se tornaria um dos seus maiores sucessos.
O Arnesto sempre foi um gentil-homem, porém nunca convidou Adoniran e o resto do pessoal para um samba em sua casa (aliás, ele morava na Mooca e não no Brás). E se tivesse convidado, jamais lhes daria o cano.
Mas não teve jeito. Ficou com a má fama.
Um dia reclamou com Adoniram, que lhe respondeu com a voz rouquenha:
— Arnesto, se não tivesse mancada, não tinha samba!
Conformou-se, e seguiram grandes amigos.
Adoniran se foi em 1982 e agora convidou o amigo Arnesto para um samba, que desta vez não será no Brás, mas no Paraíso.
“Samba do Arnesto” (Adoniran Barbosa), com ele
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