“Lupiciniana” (Wilson das Neves / Nei Lopes), com Fabiana Cozza
Logo agora que a senhora da paz
Virou minha senhora
Uma tal de saudade batendo lá fora
Chamou pelo meu nome num samba canção
O que é que eu faço, se for abrir a porta estou
Dando mal passo
Mas eu não tenho veias nem nervos de aço
E quero te falar de todo coração
Moribundo vim morar nessa casa por detrás
Do mundo
Pra viver mergulhado num sono profundo
Sem querer mais saber o que é ter um amor
Meu senhor
Mas um dia a senhora da paz
Prima-irmã da alegria
Veio e se aboletou na cadeira vazia
E curou meu desejo de morte ou de dor
Indeciso indaguei à senhora o que era preciso
Pra eu manter-me de pé sem perder o juízo
Sem ter medo ou remorso, ela disse-me assim:
É o outono, mais um velho palácio que achei no
Abandono, já tem outra rainha sentada no trono
E o tempo da saudade já chegou ao fim
Não engana, diz a ela que a vida é ‘lupiciniana’
E carregar o manto de ex-soberana
Eu não vou nem que o mundo caia sobre mim