Selma Barcellos
Queridos dinos, como é que vocês colavam? Escrevendo as fórmulas na palma da mão, na borracha, na carteira, em tirinhas de papel guardadas no estojo? Pescoçando a prova do colega? Observando os movimentos codificados do gênio da turma que, coitado, parecia sofrer de espasmos nervosos?
Quem nunca deu uma coladinha… Gerações. Há pouco, arrumando relíquias didáticas na estante, caíram “lembretes” do livro de Química do filho… Cheguei a ouvir sua voz adolescente, belo dia, depois de copiar trocentas vezes uma fórmula na tentativa de reduzir a letra: “Já decorei essa porrrrcaria!”.
Mas o fato é que a cola perdeu, digamos, a “inocência” primal… Ficou high-tech, sofisticou-se e passou a representar má-fé, picaretagem, trama, golpe. Cultura nefasta a ser realmente combatida. Imaginem que mascar chiclete pode disfarçar a conversa em minicelular com um cúmplice fora da sala, uma caneta pode fotografar a tela da prova e por aí vai.
Li que a University of Central Florida, por exemplo, já declarou guerra à “evolução da espécie”. Da sala de monitoramento (aqui), um fiscal acompanha os gestos do aluno ao computador, direciona o zoom da câmera para o indivíduo e grava o “crime” em CD. Papel de rascunho? Com data estampada e favor devolver à saída.
Segundo o reitor, em 64 mil exames houve apenas 14 casos suspeitos. Sua Magnificência só não contava com a figuraça que, na contramão da tecnologia, supertatuou o braço e “inseriu informações” em sua body art.
É flórida… Ô raça.
Nossa, amei! Cola em forma de tatooooooo? O que será que o querido Professor Dr.Gama pensa disso? Deve dar boas risadas… Ainda mais ele, cujas aulas já eram uma prova… O fato é que nunca aproveitei as colas que fiz. A mais ousada foi na perna, vestindo uma saia longa transpassada, que se fechava, e abria, na perna esquerda. A saia permaneceu fechada durante a prova toda. Se eu tentasse colar, perderia a concentração necessária para as perguntas que sabia responder. Melhor não… Beijos, Selminha!
Chère Selma,
Legal teu texto, mas nós Gama e Brenno nem pensávamos em cola, acho eu.
Éramos CDF.
Existe uma maneira de evitar a cola.
Você era CDF, Adalberto.
Brenno e eu demos sim belas coladinhas, especialmente nas provas de Latim do Lourenção.
O “Artista” (lembra?), vindo de seminário, era a nossa redenção…
Delícia de lembranças, Selminha!
Era muito bom colar. Uma arte, sem dúvida. Quem queria decorar tabela periódica?
As saias no Mackenzie, tinham o comprimento rigorosamente fiscalizado. Quatro dedos acima dos joelhos. Facilitava muito… Nós meninas, púnhamos a cola embaixo da saia com durex. Sempre deu certo!
Selma, seu texto, como sempre, é divertidissimo. Bj.
Parodiando o poeta, quem não sentiu o frio do medo do bedel, quem passou pela escola e não colou, foi espectro de aluno, passou por ela, não viveu… Mas hein? 🙂
Quem não deu uma coladinha básica, adrenalina rolando…
Gama, Adalberto e Brenno, o trio calafrio? Conte-me tudo, ó bom Antonico!
Beijocas, amigos estelares!
Selma, definitivamente não há quem nunca tenha colado na vida ao menos uma primeira vez – eu, por exemplo, em algumas matérias que tinha mais dificuldade, sempre dava uma bela colada. Ahá.
Como diz o velho ditado: “Quem não cola não sai da escola”.
Beijoca!