Poema de Alfredo Fressia, com tradução de Adalberto de Oliveira Souza
Alfredo Fressia
(sobre o poeta aqui)
EL ENAMORADO
Alfredo Fressia
I
Te busco en el castillo de mi cuerpo, soy
un rey abandonado en su palacio,
soy el tirano de mis mudos huesos.
Clausurado en mi cuerpo, te persigo
en la carrera de mi sangre
te veo en los ojos que me arden
hasta girar la órbita de su reposo último,
te siento impenetrable entre mi vientre
como uma dura catedral de vino.
Rey demente en su país de sangre,
te recorreré por estancias agrietadas
hasta que estalles la frontera de mi piel,
hasta que alumbres mi hueso con tu hueso,
hasta que oigan caer el esqueleto
tu acantilado varón
y mi destierro.
II
La noche, la alta noche sostenida
de celeste sonata y lenta esfera,
sucumbe si te pienso,
oh noche de tu cuerpo, desvarío
de laúd, cuerdas que sólo yo tañía.
Te oigo todavía vibrando entre mis manos
y la noche de nadie y lenta esfera
crece sola, arde sola
para nadie
su incendio de sonata.
O APAIXONADO
Tradução de Adalberto de Oliveira Souza
I
Procuro-te no castelo de meu corpo, sou
um rei abandonado em seu palácio,
sou o tirano de meus ossos mudos.
Enclausurado no meu corpo, eu te procuro
no percurso do meu sangue,
eu te vejo nos olhos que me ardem
até girar a órbita de seu último repouso,
te sinto impenetrável entre meu ventre
como uma dura catedral de vinho.
Rei demente em seu país de sangue,
percorrerei por quartos fissurados
até que estoures a fronteira da minha pele,
até que ilumines meu osso com o teu,
até que ouçam cair o esqueleto
tua falésia de varão
e meu desterro.
II
A noite, a alta noite sustentada
pela sonata celeste e a esfera lenta
sucumbe quando penso em ti
oh noite de teu corpo, desvario
de alaúde, cordas que só eu tangia.
Ouço-te ainda vibrando entre minhas mãos
e a noite de ninguém e a esfera lenta
cresce sozinha, arde sozinha
para ninguém
seu silêncio de sonata.