Adalberto de Oliveira Souza
AUSÊNCIAS
Ausências inesquecíveis,
ausências perecíveis,
vis,
ignotas e abjetas.
Ausências sempre atuais.
Assíduas, pontuais,
impressionantes.
Cadeiras vazias,
sofás abandonados,
poltronas corroídas,
cidades-fantasmas.
Ausências que nos abalam.
e que sentimos
nas nossas ausências,
dolorosas, amorosas e,
mesmo, edificantes.
Outras, nem a falta sentimos.
Nos abandonamos a essas ausências,
que nos acompanham,
percebemos pouco ou muito
sofrendo ou indiferentes,
até felizes.
De qualquer forma,
elas são tão marcantes.
Às vezes as perseguimos,
quando se fazem tão presentes e
quando nos levam para alhures, algures,
nenhures e ficamos intácteis e transtormados e
transformados
ou impassíveis.
Amiúde, nem a falta sentimos,
entretanto seguramente,
voltamos a nos entregar a essas ausências,
as percebemos.
Elas são realmente marcantes,
perduráveis,
indefectíveis.
A ausência física
se transforma em presença
dentro do nosso coração:
a ausência é a falta de tempo
que não permite o encontro casual
mas nunca impede o pensamento
nem a amizade verdadeira
que o tempo e a distância
não conseguem afastar.
Ao lê-lo, você se fez presença. Presente.
Abração!
Cleiry
Lindo como sempre amigo.
Ausência pinta a presença com cores diáfanas.