Se for possível, manda-me dizer:
— É lua cheia. A casa está vazia —
Manda-me dizer, e o paraíso
Há de ficar mais perto, e mais recente
Me há de parecer teu rosto incerto.
Manda-me buscar se tens o dia
Tão longo como a noite. Se é verdade
Que sem mim só vês monotonia.
E se te lembras do brilho das marés
De alguns peixes rosados
Numas águas
E dos meus pés molhados, manda-me dizer:
— É lua nova —
E revestida de luz te volto a ver.
Hilda Hilst
(Júbilo Memória Noviciado da Paixão, 1974)
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=lCP4VFGm9aw]
Marisa Monte canta “Gotas de luar”, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito
Gama, a lua na foto está muito bonita… lembro que uma vez vc colocou uma paisagem da lua carioca sobre o Cristo Redentor e de vc tê-la dado pra Manuela.
O poema da Hilda Hilst é belíssimo, bem como o vídeo da Marisa Monte – aliás, na minha opinião (e na de muitos) o melhor disco dela é o Cor de Rosa e Carvão, de 1994. Recomendo a audição.
Abraços,
André
Belo poema e linda música de qualidade,
forte abraço
c@urosa
O que é Santorini com essa lua…
Poema e música perfeitos, Antonio.
Beijocas!
Por culpa deste post, me afastei uns dias do blog. Afinal, não é sempre, e muito menos por qualquer motivo, que se fica com o coração derramado. O Dr.Gama, quando não escreve, abre as janelas para que vejamos algo tão belo cuja concepção poderia ser dele mesmo.
Um dos meus poemas prediletos. E o melhor de Marisa ( para mim) até hoje.
Mulheres que estilhaçam suas próprias medidas. E vc que junta ( as duas) com maestria!
Obrigada pela beleza!
grande beijo, Gama, amigo querido.