“E agora, José?” (Paulo Diniz, a partir do poema de Drummond)
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=yUo-decrEmo[/youtube]
“E agora, José?” (Paulo Diniz, a partir do poema de Drummond)
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“Declaração de Amor”, Carlos Drummond de Andrade
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=aOJRX-Cy5pA[/youtube]
DECLARAÇÃO DE AMOR
Minha flor, minha flor, minha flor, minha flor.
Minha prímula, meu pelargônio, meu gladíolo, meu botão-de-ouro.
Minha peônia, minha cinerária, minha calêndula, minha boca-de-leão.
Minha gérbera.
Minha clívia.
Meu cimbídio.
Flor, flor, flor.
Floramarílis, floranêmona, florazálea.
Clematite minha.
Catléia, delfínio, estrelítzia.
Minha hortensegerânea.
Ah, meu nenúfar, rododendro e crisântemo e junquilho meus.
Meu ciclâmen, macieira-minha-do-japão.
Calceolária minha.
Daliabegônia minha, forsitiaíris, tuliparrosa minhas.
Violeta… Amor-mais-que-perfeito.
Minha urze.
Meu cravo-pessoal-de-defunto.
Minha corola sem cor e nome no chão de minha morte.
“Noturna” (Guinga / Paulo César Pinheiro), com Leila Pinheiro
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=HDvOCVvQVvo[/youtube]
Bem amada
Noturna flor da estrada
Abre os portais da madrugada
Meu corpo
Minha alma
Estão à tua espera
Bem amada
Divina luz raiada
Acorda os sons da passarada
Que a natureza desespera
Porque a beleza é uma quimera
Junto a ti
E a primavera é nadaBem amada
Noturna flor da estrada
Abre os portais da madrugada
Meu corpo
Minh’alma
Estão à tua espera
Bem amada
Divina luz raiada
Acorda os sons da passarada
Que a natureza desespera
Porque a beleza é uma quimera
Junto a ti
E a primavera é nadaFica comigo oh! santa imagem dos vitrais
Das belas catedrais do mar
Pois se chegares indo embora
Eu vou sofrer
Mas sei como fazer para o teu rastro achar
Pelo fulgor que tu desprendes na amplidão
Pelo perfume que tu deixas pelo chão
E com minh’alma me queimando de paixão
Te entregarei meu coraçãoE com minh’alma me queimando de paixão
Te entregarei meu coração
Selma Barcellos
“O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.”
Já sem o bigode da mocidade, alguns imbecis insistem em também tirar os óculos da estátua de bronze do poeta, em Copacabana.
O que ele (ou a estátua) diria?
O poema de Selminha diz.
MAS COMO DÓI!
Se me chateio? Demais.
Choram meus olhos inúteis
e minhas retinas fatigadas
já nem perguntam nada.
Minhas pupilas estão gastas
pela visão contínua de anjos tortos,
desses que vivem na sombra,
à espreita, no meio do caminho.
Fosse esse gauche de óculos
a estátua de uma bunda,
a vasta bunda da Raimunda,
engraçada, sempre sorrindo,
haveria rima e solução.
Eis que mais vasto é meu coração.
E aqui de onde escrevo
estamos todos vivos
(mais que vivos, alegres) —
eu, o poetinha, o Braga, o Jobim…
Nada devia dizer
sobre tristes fatos, ao cabo.
Mas essa lua, mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
Amanhã, dia 31 de outubro — nascimento de Carlos Drummond de Andrade, que fará 111 anos — o Instituto Moreira Salles comemora mais uma vez o Dia D – Dia Drummond, ideia lançada em 2011 com o objetivo de fazer com que a data passe a integrar o calendário cultural brasileiro.
Para comemorar o Dia D em 2013, o IMS oferece o roteiro de leitura “Vida e verso de Carlos Drummond de Andrade”, elaborado por Eucanaã Ferraz, consultor de Literatura do instituto. O roteiro pode ser lido e interpretado em qualquer lugar. Basta ter quatro leitores (um narrador e outros três que representarão diferentes fases na vida do poeta).
No IMS do Rio de Janeiro, a leitura do roteiro será feita na noite do dia 31 de outubro por Afonso Henriques Neto, Alberto Martins, Antonio Cicero e Joca Reiners Terron.
Saiba mais AQUI
“Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia.”
“Sabiá” (Tom Jobim / Chico Buarque), com Elis Regina
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=ijnEegvgmm0[/youtube]
Pobre Gérson!
Um dos maiores craques brasileiros de todos os tempos, “o canhotinha de ouro”, homem de caráter e de fibra, sem papas na língua (fumava abertamente, até mesmo no vestiário durante os intervalos dos jogos), ficou marcado injustamente por este comercial. Lembram-se?
Como diz a crônica abaixo, Gérson só tirava mesmo vantagem em campo, graças ao seu imenso futebol.
E ele é aí da sua Niterói, Selminha…
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=y7ZxasGow_I[/youtube]
“Pelo meu caminho vou
Vou como quem vai chegar
Quem quiser comigo ir
Tem que vir do amor
Tem que ter pra dar”
“Fica mal com Deus” (Geraldo Vandré), com Ithamara Koorax
[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=cX4g7IXJSaM[/youtube]