Não a carta de amor
ridícula
nem a carta de adeus
suicida.
Não a carta paterna
saudosa
nem a carta de pêsames
dolorosa.
Não a carta comercial
publicitária
nem a carta panfleto
revolucionária.
Não a carta charada
enigmática
nem a carta contrato
sinalagmática.
Não a carta de ocasião
sociável
nem a carta padrão
descartável.
Mas a carta nunca escrita
e jamais recebida
insubstancial e expectante
num escaninho da posta-restante.