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Mil perdões

 

 

 

“Mil perdões” (Chico Buarque), com Gal Costa

 

 

 

Lugar-comum

 

 

                                               LUGAR-COMUM

 

 

                                   Dizem-me para fugir do lugar-comum,

                                   mas nada tenho de original

                                   e vivo só, se vivo estou,

                                   daquele mesmo amor

                                   lugar-comum que você deixou.

 

                                   Lugares-comuns que foram nossos,

                                   a mesma praça, a mesma rua,

                                   a mesma chuva, a mesma lua,

                                   a mesma canção dos bares de então,

                                   aquele da fotografia onde você

                                   bem que me disse que amar é tolice,

                                   que sou desafinado e saio do tom.

 

                                   Lugar-comum é o meu dom,

                                   o barquinho vai, a saudade vem,

                                   e eu aqui neste mesmo lugar

                                   a me perguntar onde anda você

                                   por toda a minha vida.

 

 

“Neste mesmo lugar” (Armando Cavalcanti / Klecius Caldas), com Elis Regina

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=TQ0COetZLkg[/youtube]

 

 

 

Se é tarde…

 

 

 

“Se é tarde me perdoa” (Carlos Lyra / Ronaldo Bôscoli), com Gal Costa

 

 

 

 

Lembranças

 

 

Como disse Selma Barcellos,

“Com uma lua dessas ele se vai…

Mas a manhã será luminosa.”

E depois do triste adeus

ficarão para sempre as lembranças…

 

 

“Lembranças” (Benil Santos / Raul Sampaio), com Miltinho e João Bosco

 

 

 

 

Cais

 

 

“Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar”

 

 

 

“Cais” (Milton Nascimento / Ronaldo Bastos), com Milton e Carminho

 

 

 

 

Consentimento

 

 

“A negação de Cristo” (Caravaggio)

negação de cristo Caravaggio

 

 

                                                 CONSENTIMENTO

 

 

                                                  Neguei

                                                  Neguei

                                                  Neguei

                                                  Muito mais do que três vezes

                                                  Este amor sem vez.

                                                  Quando o galo cantou,

                                                  Enrouquecido me calei.

 

                                                  (Quem cala só sente.)

 

 

“Negue” (Adelino Moreira / Enzo de Almeida Passos), com Maria Bethânia

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=s_yCl9DS7rY[/youtube]

 

 

 

De contemplações

 

             Selma Barcellos

 Selma (perfil)

 

Sempre achei que a partir da análise de parábolas iniciais é possível saber se o sistema será estocástico ou não. E que o Conjunto de Cantor, abstração em que na sua forma ideal o terço do meio de uma linha no valor entre 0 e 1 é removido ao infinito, deixando para trás uma população de pontos de corte não concentrados em valor especial, é a solução.

De forma que aplausos tardios para o merecidamente contemplado Artur Avila, aquele moço formidável da Matemática. Cá de minha parte, permaneço em total contemplação com a entidade, inatingível desde os bancos escolares. 

Jamais gostei de matemática, gente. Era pura e aplicada, isso eu era. Nunca entreguei prova só assinada, como fazia Quintana em sua igual ojeriza à matéria, nem fui reprovada. Mas, balão cativo, sonhava em me evadir daquelas aulas.

Minha paixão sempre foi português. Adorava calcular a raiz etimológica de palavras primas, decifrar frações próprias e ordinárias da alma dos poetas…

Álgebra, sim, me encantava. Tinha letrinhas.

 

 

teco-teco

 

 

Esse gosto da ausência que me restou…

 

 

 

“Ausência” (Vinicius de Moraes / Marília Medalha), com Marília

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=iku6IIqIa1Q[/youtube]

 

 

Deixa secar no meu rosto

Esse pranto de amor que a presença desatou

Deixa passar o desgosto

Esse gosto da ausência que me restou

Eu tinha feito da saudade

A minha amiga mais constante

E ela a cada instante

Me pedia pra esperar.

 

E foi tudo o que eu fiz, te esperei tanto

Tão sozinha no meu canto

Tendo apenas o meu canto pra cantar

Por isso deixa que o meu pensamento

Ainda lembre um momento a saudade que eu vivi

A tua imagem fiel

Que hoje volta ao meu lado

E que eu sinto que perdi.

 

 

 

Não seja a vida sempre assim…

 

 

 

“Modinha” (Tom Jobim / Vinicius de Moraes), com Robertá Sá e Yamandu Costa

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=i0I2jN0pGRY[/youtube]