Eram apenas sete garotos que amavam os Beatles (mais) e os Rollig Stones.
Impossível traduzir o que significava para aqueles jovens de então ter um grupo e uma música com que se identificavam totalmente. E também com as roupas e os cabelos, que procuravam imitar. Aqueles com cabelos um pouco mais crespos ou ondulados submetiam-se durante a noite ao processo da touca feita das meias de nylon maternas, das irmãs ou das namoradinhas, para alisá-los e lhes dar a forma aproximada dos garotos de Liverpool. Aliás, as meninas faziam o mesmo para alisar os cabelos. A touca de nylon era a chapinha de então.
Pouco a pouco as roupas foram se despojando e colorindo, as bocas de sino das calças se alargando a limites inconcebíveis, os cabelos se alongando, barbas, bigodes e outros adereços pilosos sendo cultivados.
Era verdadeiramente libertador, apenas com três guitarras (baixo, base e solo) e uma bateria, formar um “conjunto” (como se dizia naqueles tempos) à semelhança dos Beatles. Quase todas as turmas formaram o seu, para infernizar a vida dos pais e vizinhos com os intermináveis ensaios para uma futura apresentação, que quase nunca aconteceu.
Gostavam muito também de futebol, dos bailinhos e bailes da vida, regados a cuba-libre ou outras bebidas mais amargas, de viajar, amavam e namoravam de um jeito absolutamente insólito para os dias de hoje.
O nome não menos insólito (e até mesmo kitisch) que se deram, “Os Sete Homens de Ouro”, era referência a um blockbuster da época, com esse título, a que assistiram juntos e no qual um grupo realizava um roubo fenomenal. Mais ou menos como os “Onze Homens e um Segredo” de agora.
Como os “Três Mosqueteiros”, eles não eram apenas sete. Havia vários D’artagnans, tão amigos quanto, que participavam das aventuras e peripécias.
Ao contrário do grupo do filme, nenhum se tornou delinquente, mas advogados, administradores de empresa, médicos, engenheiros, arquiteto, jornalista e radialista.
Logo depois dos Beatles e dos Rolling Stones, da Jovem Guarda, vieram as faculdades, os Centros Acadêmicos, o enfrentamento da ditadura militar, os festivais de MPB, o teatro.
E eles passaram a amar (talvez mais ainda) Tom Jobim, Vinicius, Chico Buarque, Caetano, Gil, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Elis, Nara Leão, Gal, a turma toda da Bossa Nova e da Velha Guarda, Noel, Cartola, Zé Keti, Adoniran, Nelson Cavaquinho e tantos outros.
Alguns partiram, os olhos ficaram cansados ou míopes, os cabelos embranqueceram ou também se foram. Outros vieram: filhos, noras, genros, netos…
Foi há muito tempo…
Foi ontem…
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Você é um homem de ouro. Sempre foi e sempre será. O bem mais valioso que faço questão de mostrar para todo mundo! Ti doro. Lindo vídeo! beijo
Foi ontem, querido….. V. de bigodinho ficou lindo.devia se sentir O HOMEM, não?
Porque os garotos quando chegam ao bigode são muito engraçados. Mais ou menos como as meninas daquele tempinho, quando usavam o primeiro sapato de salto. É até engraçado comentar isso hoje, quando as menininhas de 9 a 10 anos já usam saltinho, batom e esmalte. O vídeo ficou ótimo. Linda lembrança.
Pô, meu… demais! Você realmente tá exagerando nesse seu hábito de esculpir emoções, alimentar saudades. O importante é que a nossa emoção… sobrevive!
Tom Gama, fico imaginando seus amigos vendo esse vídeo… Resgate fantástico!!!
Beijocas!
E é, mesmo, Selma. Deixo aqui, resgatado e emocionado, meu lacrimal testemunho.
Brenno Augusto, se eu rateei, imagino os protagonistas. Que juventude bem vivida, hein! E ainda dizem que somos excessivamente saudosistas…
Beijocas!
um dia…uma dedicatória em uma foto.dizia: “Rê você faz parte integrante dos 7 homens de ouro” amei tanto que jamais esqueci – é ser mto importante fazer “parte integrante” né???
Foi tão gratificante participar desta fraternidade, viver seus sonhos e realidades, que é como se o tempo nunca tivesse existido, e permanecemos jovens com as lembranças vivas. Cheguei a “cometer” um livro, onde estão gravadas nossas mais hilárias aventuras. Parabens Tom Gama, e obrigado pela comovedora homenagem.