“Do you wanna dance” (Bobby Freeman), com Johnny Rivers
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=p10xTsQmn5k[/youtube]
“Do you wanna dance” (Bobby Freeman), com Johnny Rivers
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=p10xTsQmn5k[/youtube]
Selma Barcellos
Estão acompanhando o quiproquó sobre o Acordo Ortográfico em Portugal?
Seguinte: o presidente do Centro Cultural de Belém, poeta Vasco Graça Moura, simplesmente ordenou que todos os corretores ortográficos fossem retirados de sua instituição e corre contra o fim do tempo de transição – 31 de dezembro de 2014 – para fazer valer seus argumentos de que o acordo “desfigura a língua portuguesa”. No caso da supressão das consoantes mudas, por exemplo, o poeta prevê o caos: “adopção“, se escrita “adoção“, será lida “adução“, que é do verbo “aduzir” e não “adoptar”.
No Brasil, a transição que expirava em dezembro de 2012 foi estendida até 2016. Mas as regras foram internacionalmente discutidas pela ABL, o Congresso aprovou, e os 10 anos que a lei exige para sua regulamentação foram cumpridos.
Esta blogueira, a princípio zuretinha com os hifens, e devastada pela morte do trema (AQUI), adoptou as mudanças. Fazer o quê? Só não se conforma, até hoje, com o sumiço do acento do “pára” (verbo) a gerar ambiguidades e equívocos. Complicou.
POEMINHA ORTOGRÁFICO
Baila comigo?
─ pergunta ele ─
com tudo.
Para já!
─ escreve ela ─
do outro lado
da tela,
deixando-o
mudo.
E no entanto
─ sonhava ─
era para já
que bailassem.
Era urgente
que se amassem.
Maldita reforma.
Fez confundir
um sinal
tão agudo.
Foi grave.
(Itacoatiara, algum outono, 2012)