FINITUDE
No dia de finados
lá se vão os semoventes
com ares penitentes
em visita aos residentes.
Pelas aléias
dos cemitérios
sérios semblantes
flores sequiosas
que murcham ao sol
velas vacilantes
ardendo em prol
preces e lamentos
aos quatro ventos.
Melhor deixar
o morto em paz
absorto
no corpo que se desfaz.
O morto mudo
liberto
enfim de tudo.