Rectificar é preciso

 

       

         Selma Barcellos

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RECTIFICAR É PRECISO

 

Carta do leitor Abel Passos, da cidade do Porto, enviada para o jornal português “Diário de Notícias”:

 

Os Hiper e a língua portuguesa 

“Não raras vezes as grandes superfícies, que basicamente comercializam produtos alimentares, surpreendem com erros de português nos escaparates […]. Falo concretamente de uma loja instalada num centro comercial da Senhora da Hora […]. Nessa loja, em duas palavras há três erros ortográficos: “brôa”, em vez de “broa” e “broculo”, em vez de “brócolo”. E nem atendem aos reparos, solicitando a rectificação, formalizados, há cerca de dois meses, em impressos. Em vão, até hoje!”

 

Que delícia… É isso aí, leitor. Carinho com o idioma. Gostamos nós e seu conterrâneo, o imenso Pessoa de “minha pátria é a língua portuguesa.”

Deixe estar, Sr. Abel, que se os problemas insolúveis se resumissem a chapeuzinhos e grampinhos roubados – sobretudo após a controversa reforma ortográfica -,  nossas pátrias estariam salvas.

Vale um toque? Se o senhor, atento observador das normas da língua, cogitar ancorar sua caravela neste lado do oceano em que me encontro, mantenha distância dos improvisos presidenciais, falas e blogues de candidatos, livros de senadores, cartilhas didáticas distribuídas, exames nacionais… Ou considere a possibilidade de passar a estada enviando cartas. Está feia a coisa, caro Abel. Como apanha a última flor do Lácio…

E apareça, se lhe aprouver. A blogueira adora uma prosa lusa. Bastante trazer um vinho do seu Porto. Eu entro com as broas de Minas.

 

glúten

 

 “Orora Analfabeta” (Gordurinha / Nascimento Gomes) com Jards Macalé

 

 

 

2 comentários

  1. André
    09/04/14 at 20:00

    Selma, eu procuro sempre ter um rigor estilístico com a “última flor do Lácio, inculta e bela”, falando e escrevendo um português irrepreensível, pois acho muito ruim ouvir ou ler um português mal falado ou escrito.
    Vícios de linguagem à parte, se você me convidar para uma prosa lusa, aceitarei a sugestão, com certeza. Vamos saborear um vinho do Porto acompanhado de um bacalhau e um pastel de Belém ao som de um fado.
    Beijoca!

  2. 09/04/14 at 21:54

    Depois, ‘pierrot bêbedo’,  pegamos o comboio Tejo afora. No céu, ‘só a lua alva branqueia e clareia’ …
     
     
     
     
    Obrigada, André. Você é um gentleman.

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